sábado

Riqueza Subterrânea

Saiba quais as áreas de ocorrência, as características químicas e como se formam os aquíferos

Apesar de 65% da superfície da Terra ser coberta por água, 97% é salgada (mares e oceanos) e apenas 3% é doce. De toda a água doce disponível para consumo, 96% é proveniente de águas subterarâneas, sendo elas responsáveis pela garantia da sobrevivência de parte significativa da população mundial. No Brasil, cerca de 55% dos distritos são abastecidos por águas subterrâneas, segundo dados de 2000 do IBGE. Além de atender diretamente a população, esses recursos são utilizados na indústria, na agricultura, para irrigação, como fonte de águas minerais, de lazer etc.

O ciclo hidrológico é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.

Na atmosfera, o ciclo hidrológico forma as nuvens, que, quando carregadas, provocam precipitações em forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Nos continentes, a água precipitada pode seguir diferentes caminhos:

1. Infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, ressurgindo na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentando rios e lagos.
2. Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período variável, formando a zona saturada dos aquíferos, formações litológicas (solo e rocha sedimentar ou cristalina) capazes de armazenar água em seu interior e possibilitar a sua movimentação através de seus interstícios.

A água também escoa sobre a superfície, nos casos em que a quantidade precipitada é maior do que a capacidade de absorção do solo. Evapora, retornando à atmosfera. À evaporação das águas superficiais mais a transpiração das plantas dá-se o nome de evapotranspiração. Parte dela pode congelar, formando gelo nas montanhas e geleiras.

Apesar das denominações de água superficial, subterrânea e atmosférica, na realidade a água é uma só, que muda a sua condição de existência no tempo e no espaço. Aquíferos são rochas saturadas que permitem a circulação, o armazenamento e a extração de água. Quanto ao tipo de espaços vazios, podem ser classificados como: 1) Poroso: com água armazenada nos espaços entre os grãos criados durante a formação da rocha ou solo (rochas sedimentares). 2) Fissural (cristalino): a água circula pelas fissuras resultantes do fraturamento das rochas relativamente impermeáveis (rochas ígneas ou metamórficas). 3) Cársticos: formados em rochas carbonáticas, onde a circulação da água se dá em aberturas de dissolução de paredes e das fraturas (horizontais e verticais), criando verdadeiros rios subterrâneos (infográfico na pág. 19).

Os aquíferos também são classificados quanto à sua posição e estrutura em: 1) Livres ou freáticos: com localização próxima à superfície, estando suas águas submetidas à pressão atmosférica. São os mais comuns e explorados por meio de poços rasos ou de profundidade média. São encontrados em solos de alteração, planícies e rochas sedimentares aflorantes (aquíferos do Grupo Bauru). 2) Confinados: quando possuem duas camadas de confinamento (formações de menor permeabilidade) que submete as águas a uma pressão superior à atmosférica. Os poços tubulares profundos que captam suas águas podem apresentar artesianismo (água expelida pela boca do poço sem bombeamento, como no caso da porção central do Aquífero Guarani). 3) Semiconfinados: com situação intermediária entre os dois anteriores, podendo ser ora um, ora outro, dependendo de suas formações de confinamento.

Águas (ainda) limpas
De maneira geral, as águas subterrâneas possuem elevado padrão de qualidade físico-química e bacteriológica e, por serem naturalmente protegidas dos agentes de poluição e contaminação, essas águas dispensam, na maioria dos casos, tratamento físico-químico. Por estarem contidas nos aquíferos, essas águas normalmente apresentam características físico-químicas similares às da rocha aquífera e, em muitos casos, se encontram bastante salinizadas e impróprias ao consumo sem um tratamento específico. Este é o caso de parte das águas subterrâneas do famoso Aquífero Guarani (parte central) e dos aquíferos cristalinos do Nordeste brasileiro.

A quantidade volumétrica de água subterrânea que pode ser extraída de um aquífero está condicionada a uma série de fatores hidrogeológicos condicionantes. Assim, temos: 1) Embasamento cristalino com espesso manto de rochas alteradas: nesses contextos, os poços bem localizados e construídos captam águas subterrâneas das zonas de rochas fraturadas associadas ao manto de intemperismo relativamente mais espesso (de 10 a mais de 100 metros de espessura). As vazões mais frequentes situam-se entre 5 e 50 m3/h, de excelente qualidade para consumo. 2) Embasamento cristalino subaflorante: este domínio compreende uma extensão de rochas cristalinas e metamórficas, as quais são subaflorantes na zona semiárida do Nordeste. Os poços mais produtivos localizados nas zonas aquíferas são aqueles que atravessam várias fraturas, as quais funcionam como condutores hidráulicos. As vazões dos poços ali perfurados variam de 1 a 10 m3/h, tendo ocorrências de água com altos teores de sólidos totais dissolvidos superior a 2 mil mg/L em 80% dos casos. 3) Grandes bacias sedimentares: as rochas sedimentares ocorrem preenchendo bacias geológicas, depressões circundadas por rochas cristalinas, que ocupam domínios continentais. São elas: Amazonas, Parnaíba-Maranhão e Paraná. Também temos as chamadas bacias costeiras (Potiguar, Paraíba-Pernambuco, Alagoas-Sergipe), estruturas de afundamento tectônico tipo graben (Recôncavo, Tucano, Jatobá e Araripe), além de depósitos correlatos, sedimentos do Grupo Barreiras.

Das chamadas províncias hidrogeológicas do Brasil, a mais importante é a Bacia Geológica do Paraná, com três grandes sistemas aquíferos: Botucatu-Piramboia (também chamado de Guarani), Basaltos da Formação Serra Geral e os sedimentos do Grupo Bauru.

Contaminação indireta
As potencialidades de águas subterrâneas são muito variadas no País. Nas bacias sedimentares, poços com rebaixamento de 50 metros em seu nível estático produzem vazões de 250 a 500 m3/h, possibilitando abastecer até 50 mil pessoas por poço, com uma taxa per capita de 2 mil L/dia.

Nas rochas do embasamento cristalino com espesso manto de alteração, com produção por poço de até 50 m3/h temos possibilidade de abastecer uma população de até mil pessoas com 200 L/dia.

Os aquíferos são naturalmente protegidos da poluição e da contaminação, devido às baixas velocidades de infiltração e processos biológicos-físicos-químicos que ocorrem no solo e na zona não saturada. Porém, ao contrário das águas superficiais, uma vez ocorrida a poluição ou a contaminação, as baixas velocidades de fluxo subterrâneo tendem a promover uma recuperação muito lenta da qualidade. Dependendo do tipo do contaminante, essa recuperação pode levar anos, com custos muito elevados.

As fontes mais comuns de poluição e contaminação direta das águas subterrâneas são: 1) Deposição de resíduos sólidos no solo: descartes de resíduos provenientes das atividades industriais, comerciais e domésticas em depósitos a céu aberto, os lixões. Nessas áreas, a água da chuva e o líquido resultante do processo de degradação dos resíduos orgânicos (denominado chorume) tendem a se infiltrar no solo, carreando substâncias potencialmente poluidoras, metais pesados e organismos patogênicos. 2) Esgotos e fossas: o lançamento de esgotos diretamente sobre o solo ou a água, os vazamentos de sistemas coletores de esgotos e a utilização de fossas construídas de forma inadequada constituem as principais causas de contaminação de águas subterrâneas. 3) Atividades agrícolas: fertilizantes e agrotóxicos utilizados na agricultura podem contaminar as águas subterrâneas com substâncias como compostos organoclorados, nitratos, sais e metais pesados. A contaminação pode se dar, também, pelos processos de irrigação mal dimensionados, facilitando a entrada do elemento contaminante no aquífero. 4) Mineração: a exploração de alguns minérios, com ou sem utilização de substâncias químicas em sua extração, produz rejeitos líquidos e/ou sólidos que podem contaminar os aquíferos. 5) Vazamento de substâncias tóxicas: vazamentos de tanques em postos de combustíveis, oleodutos e gasodutos, além de acidentes no transporte de substâncias tóxicas, combustíveis e lubrificantes. 6) Cemitérios: fontes potenciais de contaminação da água, principalmente por micro-organismos.

Contaminação indireta
As formas mais comuns de poluição e contaminação indireta são: 1) Filtragem vertical descendente: poluição de um aquífero mais profundo pelas águas de um aquífero livre superior (que ocorre acima do primeiro). 2) Contaminação natural: provocada pela transformação química e dissolução de minerais, podendo ser agravada pelas ações antrópicas, tais como a salinização, presença de ferro, manganês, carbonatos e outros minerais associados à formação rochosa. 3) Poços mal construídos e/ou abandonados: poços construídos sem critérios técnicos, com revestimento corroído ou rachado, sem manutenção e abandonados sem o fechamento adequado (tamponamento), também podem contaminar as águas subterrâneas.
Entre os agentes antrópicos – elementos ou compostos químicos inorgânicos e orgânicos sintéticos perigosos mais comumente detectados no solo e subsolo e/ou águas subterrâneas por conta da ação humana, destacam-se: 1) Contaminantes inorgânicos não metálicos, tais como fósforo, selênio, nitrogênio, enxofre e flúor. 2) Metais tóxicos, tais como mercúrio, cromo, cádmio, chumbo e zinco. 3) Compostos orgânicos sintéticos do grupo BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno), compostos aromáticos, fenóis, organoclorados diversos, voláteis, mais densos ou menos densos que a água, formando soluções multifásicas (DNAPL’s e LNAPL’s), hidrocarbonetos, entre outros. Esse contaminante tem origem industrial e afeta a saúde pública em teores muito baixos isto é, da ordem de partes por bilhão (PPB), até partes por trilhão (PPT), com efeitos metagênicos ou carcinogênicos.

Como resultado, na década de 80, desenvolveu-se uma verdadeira paranoia sobre essas fontes pontuais ou difusas, efetivas ou potenciais de degradação das águas subterrâneas, de tal forma que um recurso antes valorizado pela sua característica natural de potabilidade passou a ter qualidade suspeita até prova em contrário. Essa situação resultou, em grande parte, da falta de conhecimento dos processos bio-físico-químicos ambientais de atenuação que ocorrem “escondidos” no subsolo, e da pressão de mercado tanto de equipamentos como de assistência científica e profissional.



domingo

O Sábio e a Serpente - Reflexão.




Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com olhar sereno, e falou:

- Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada.

Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela.

Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se a toca, desalentada.

Eis, porém, que o santo homem voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína.

A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas perseguiam-na e apedrejavam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouvi-la:

- Mas minha irmã, houve engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso a distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos.


Publicado no blog: http://semeando-estrelas.blogspot.com

sexta-feira

O que é arroz parboilizado? (eu não sabia)

Embrapa informa:

O que é arroz parboilizado? (
eu não sabia)

A palavra parboilizado teve origem na adaptação do termo inglês parboiled, proveniente da aglutinação de partial + boiled, ou seja, "parcialmente fervido".
Não se trata de arroz parafinado, ou colado, como muitos pensam. O processo de parboilização baseia-se no tratamento hidrotérmico a que é submetido o arroz em casca, pela ação tão somente da água e do calor, sem qualquer agente químico.
A parboilização é realizada através de três operações básicas:
1.. Encharcamento: o arroz em casca é colocado em tanques com água quente por algumas horas. Neste processo, as vitaminas e sais minerais que se encontram na película e germe, penetram no grão à medida que este absorve a água.
2. Gelatinização: Processo Autoclave - o arroz úmido é submetido a uma temperatura mais elevada sob pressão de vapor, ocorrendo uma alteração na estrutura do amido. Nesta etapa, o grão fica mais compacto e as vitaminas e sais minerais são fixados em seu interior.
3. Secagem: O arroz é secado para posterior descascamento, polimento e seleção.
Suas vantagens são:
Rico em vitaminas e sais minerais, devido ao processo de parboilização;
Quando cozido, fica sempre soltinho;
Rende mais na panela;
Requer menos óleo no cozimento;
Pode ser reaquecido diversas vezes, mantendo suas propriedades;
Alto grau de higiene no processo de industrialização;
Conserva-se por mais tempo.

Detalhe: O Brasil detém a tecnologia de parboilização mais avançada do mundo!


http://www.cnpaf.embrapa.br/aia2004/ligado/ligado5.htm



terça-feira

Os 7 pecados capitais dos trangênicos‏


Ambientalistas, empresas, produtores e pesquisadores se posicionaram contra o plantio deste arroz de laboratório. Vamos continuar dizendo não aos transgênicos!


Ninguém quer o arroz da Bayer!

Na semana passada, aconteceu em Brasília a audiência pública para debater a liberação ou não do arroz transgênico. Nela, ficou claro que ninguém quer o arroz da Bayer.

Ambientalistas, empresas, produtores e pesquisadores se posicionaram contra o plantio deste arroz de laboratório. Vamos continuar dizendo não aos transgênicos!


Os 7 pecados capitais dos trangênicos

Conheça os principais problemas dessa tecnologia que coloca em xeque a biodiversidade do planeta, provoca inúmeros problemas na agricultura mundial e afronta diretamente o Princípio da Precaução, da ONU.

1. Contaminação genética

Agricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgânico já sabem: se tiver alguma plantação transgênica nas redondezas, a contaminação é garantida e a missão, impossível. Tem sido assim nos Estados Unidos, onde tudo começou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Com a contaminação, agricultores têm prejuízos ao perderem o direito de vender suas safras como convencionais e/ou orgânicas.

Confira aqui entrevistas com agricultores espanhóis sobre alguns casos ocorridos em seu país.

O Greenpeace tem publicado anualmente um Registro sobre Contaminação Transgênica sobre os muitos casos verificados em todo o mundo - confira aqui a última edição.

2. Ameaça à biodiversidade

A contaminação genética pode ter também um efeito devastador na biodiversidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vêm sendo cultivadas há milênios pela humanidade. Além disso, os transgênicos podem afetar diretamente seres vivos que habitam o entorno das plantações, conforme indicam estudos científicos - como no caso das borboletas monarcas, que são insetos não-alvo da planta transgênica inseticida, mas são também atingidas.
Ver aqui e aqui (arquivos em pdf para baixar).


3. Dependência dos agricultores

A empresa de biotecnologia Monsanto é hoje a maior produtora de sementes do mundo, convencionais e transgênicas. Além disso, é também uma das maiores fabricantes de herbicidas do planeta, com destaque para o Roundup, muito usado em plantações de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada - semente transgênica mais o herbicida ao qual a planta é resistente -, os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucas empresas e das políticas de preços adotadas por elas. Ver aqui.

Outro grande problema verificado nos países que têm adotados os transgênicos - principalmente os Estados Unidos e Argentina -, é a draconiana propriedade intelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgênicas. O agricultor é proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faça isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquer maneira caso a sua plantação sofra contaminação genética de uma outra transgênica - e ele não tiver como provar isso.

4. Baixa produtividade

Os argumentos de quem defende os transgênicos como solução para a crise alimentar que vivemos vêm caindo por terra dia após dia. Os transgênicos já se mostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgênicos não foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotóxicos fabricados por essas mesmas empresas.

Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas.

5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem)

O Brasil tem uma lei de rotulagem em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usam 1% ou mais de matéria-prima transgênica. No entanto, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto - e mesmo assim só depois de terem sido acionadas judicionalmente pelo Ministério Público. Há milhares de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros que chegam à mesa das pessoas sem a devida informação sobre o uso de substâncias geneticamente modificadas, numa afronta direta à lei e num claro desrespeito ao consumidor.

O Greenpeace publica, desde 2002, o Guia do Consumidor com uma lista verde de produtos que não usam transgênicos em sua fabricação e outra lista, vermelha, com produtos que podem conter organismos geneticamente modificados em sua composição.

6. Uso excessivo de herbicida

O caso da Argentina é emblemático: depois que os transgênicos começaram a serem plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu no país, que passou a ser um dos que mais usam produtos químicos em plantações no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A explicação é simples: como os transgênicos são resistentes a um tipo específico de herbicida, o agricultor usa cada vez mais dele para proteger sua plantação de pragas. Com o tempo, no entanto, esse uso excessivo provoca problemas no solo, nos trabalhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida, exigindo mais e mais aplicações.

7. Ameaça à saúde humana


Não existem estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatórios nesse sentido - e ainda assim, seus produtos são aprovados. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas sérios, como alterações de órgãos internos (rins e fígado) de cobaias alimentadas com milho transgênico MON863 da Monsanto.

E ainda há o risco do uso excessivo do glusofinato, componente ativo da variedade transgênica Liberty Link, da Bayer, presente tanto no milho como no arroz geneticamente modificado produzido pela empresa. Problemas como esses levaram alguns países, como a Áustria, a proibírem a importação e comercialização desses produtos.

No Brasil, infelizmente, não existe o mesmo cuidado. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela aprovação de transgênicos no país, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistência em outros países, como no caso do milho MON810, da Monsanto, proibido na Europa e liberado no Brasil.

"Em tempos de “tecnologias verdes” para salvar o planeta do aquecimento global, não podemos nos enganar. Reduzir emissões de gases de efeito estufa significa zelar por nossas florestas e oceanos, investir em energias renováveis, consumir menos de tudo.
Contudo, existe uma massa de 30% de todas as emissões de gases estufa do Brasil que vem diretamente da “atividade agrícola”.
Desenvolvimento tecnologico existe, mas não há milagre. A “tecnologia verde” para conter a poluição proveniente de lavouras infestadas de fertilizantes químicos e agrotóxicos, de monoculturas e criação de gado a perder de vista, é simples como um campo orgânico, diverso, saudável, livre de tóxicos.
E nem adianta dizer que os transgênicos são a solução para fome no mundo, ja que a própria FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) afirmou que “se toda a produção do mundo fosse orgânica, seria o suficiente para alimentar a todos”.
É por isso que somos contra qualquer tipo de transgênico, inclusive o arroz, que está para ser aprovado para consumo."

"Declaração Universal dos Direitos da Água".

Em 22 de março de 1992, a ONU redigiu a

"Declaração Universal dos Direitos da Água".

01

A água faz parte do patrimônio do planeta.

Cada continente, cada povo, cada nação,

cada região, cada cidade, cada cidadão,

é plenamente responsável aos olhos de todos.

02

A água é a seiva de nosso planeta.

Ela é condição essencial de vida

de todo vegetal, animal ou ser humano.

Sem ela não poderíamos conceber como são

a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.

03

Os recursos naturais de transformação

da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados.

Assim sendo, a água deve ser manipulada

com racionalidade, precaução e parcimônia.

04

O equilíbrio e o futuro de nosso planeta

dependem da preservação da água e de seus ciclos.

Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente

para garantir a continuidade da vida sobre a Terra.

Este equilíbrio depende em particular,

da preservação dos mares e oceanos,

por onde os ciclos começam.

05

A água não é somente herança de nossos predecessores;

ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores.

Sua proteção constitui uma necessidade vital,

assim como a obrigação moral do homem

para com as gerações presentes e futuras.

06

A água não (1) é doação gratuita da natureza;

ela tem um valor econômico (2):

precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa

e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

07

A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada.

De maneira geral,

sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento

para que não se chegue a uma situação de esgotamento

ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

08

A utilização da água implica em respeito à lei.

Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem

ou grupo social que a utiliza.

Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

09

A gestão da água impõe um equilíbrio

entre os imperativos de sua proteção

e as necessidades de ordem econômica (3) sanitária e social.

10

O planejamento da gestão da água

deve levar em conta a solidariedade e o consenso

em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

(Ver as notas de remetente, abaixo.)

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Notas nossas (remetente H.Totino):

(1): "A água não é doação gratuita da natureza;"

Discordamos da expressão "gratuita" com conotação econômica quando, na verdade, a Terra não cobra e nem pratica a gratuidade dentro das visões política e econômica que a civilização impõem sobre ela.

Onde a terra não cobra financeira e econômicamente

não há como falar em gratuidade.

Esse pensamento restrito, menor, advem da influência capitalista que é um "sistema" e não uma ordem natural e da "natureza" em sua forma de ser!

(2): "ela tem um valor econômico."

Tal valor econômico é a humanidade que lhe dá em razão de seus sistemas de exploração mercantilista! Se for praticada a verdadeira solidariedade social a água, em seu estado natural, nunca seria cobrada e a responsabilidade social faria com que cada um a usasse parcimoniosamente e apenas dentro do respeito ao bem de todos e naquilo que servisse a todos, sem abusos e apropriações para enriquecimento ilícito, imoral ou antiético.

(3): "....necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

O subconsciente ou inconsciente coletivo sempre trai aqueles que redigem declarações e códigos já que deixam escapar seus sentimentos mais profundos e arraigados e surge aí, e por isso, a colocação de apenas três ordens, e dentre elas primeiro a "econômica", em segundo a "sanitária" e por último a "social".

Eu divirjo, SMJ, e inverteria, substituindo, pelo menos, para assim:

necessidades "vitais", "sociais" e "planetárias", omitindo a econômica já que seu uso deverá, sempre, estar contido dentro do verdadeiro espírito social e com responsabilidades para com a vida e o planeta. Justo o econômico tem sido a razão maior pela qual agridem a natureza, a exaurem,

a poluem, e a exploram irresponsavelmente.

(Cabe toda uma tese sobre isso mas aqui não é hora nem lugar para tal.)

Manoel Rubens