sexta-feira

Alimentos transgênicos

Os alimentos transgênicos envolvem uma discussão profunda e dividida não só nos meios científicos como nos cidadãos comuns do mundo todo. Os transgênicos são, basicamente, organismos geneticamente modificados e frutos da biotecnologia. Por meio desta técnica, genes são retirados de uma espécie animal ou vegetal e inseridos em outras.

 Quebra-se a cadeia de DNA em certos locais, onde são inseridos segmentos de outros organismos; em seguida, costura-se novamente a sequência restabelecendo uma cadeia modificada. Com esta técnica são criadas formas de animais e vegetais que jamais ocorreriam normalmente na natureza. Ela também pode gerar inúmeros problemas, pois o lugar onde o gene é inserido não pode ser controlado completamente e poderemos ter resultados inesperados.

 Também não existem sistemas para avaliar os efeitos dos transgênicos nas próximas gerações e no meio ambiente e por esta razão é que muitos países não permitem que sejam produzidos ou comercializados em seus domínios. Alguns outros países, entre eles os Estados Unidos, Canadá, Argentina e o Brasil, continuam a aprovar o cultivo e distribuição destes alimentos, mas na maioria dos casos, essas decisões foram baseadas em laudos fornecidos pelas próprias empresas produtoras, o que é um absurdo.

 Na Europa, onde existe um critério mais rigoroso, não só o plantio, mas também a comercialização, não são permitidas em muitas regiões, pois não se consegue assegurar padrões de segurança à saúde humana e o meio ambiente. Algumas empresas que comercializam transgênicos no Brasil são também produtoras de inseticidas, herbicidas, fungicidas e todos os tipos de venenos.

Uma das maiores do mundo é a Monsanto, que produziu na década de 40 e 50 os famosos PCBs (bifenilos policlorados), conhecidos como Ascarel, que foram largamente utilizados pela indústria. Anos mais tarde ficou provado que esses produtos provocam câncer e estão relacionados a transtornos reprodutivos e imunológicos.

 Hoje, o Ascarel é proibido no mundo todo, mas ninguém sabe o que fazer com milhões de toneladas deste produto tóxico estocados no planeta. Um dos venenos mais comercializados pela Monsanto é o “Roundup”, que tem como princípio ativo o Glifosato. Aqui no Brasil, a propaganda do produtor é tanta que chega a ser chamado de “o bom veneno” entre vários agricultores.

Já na França, em 2009, foi publicada uma pesquisa por um bioquímico da Universidade de Caen, que evidenciou este produto como provocador de alergias, necroses e degradações do DNA, em especial nas mulheres grávidas. A soja transgênica “Roundup Ready”, largamente utilizada no Brasil, foi desenvolvida para ser utilizada junto ao herbicida Roundup, sendo que ambos são produzidos pela mesma empresa.

 O Brasil já é o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos e o mais trágico dessa situação é que já não temos uma opção de evitá-los e perdemos completamente nossa liberdade de escolha.

Comemos venenos, respiramos venenos e estamos trocando nossa saúde e comprometendo o futuro das próximas gerações pela ganância de maiores colheitas.

 Por: Célio Pezza

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