quarta-feira

Mirtilo, a fruta da longevidade!



Na busca de uma melhor saúde e aumento da longevidade, com qualidade de vida, buscam-se novos alimentos com propriedades que atendam esses anseios. Assim, ao longo dos últimos anos, várias frutas têm sido enaltecidas pelas suas propriedades medicinais ou nutricêuticas, como a acerola, a maçã, a romã o limão, a uva, e agora, o mirtilo. O mirtilo é uma fruta conhecida internacionalmente como “blueberry”, a fruta azul, indicada como alimento altamente saudável. A cultura é originária dos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. Foi introduzida na América do Sul e cultivada principalmente no Chile, Argentina e Uruguai. No Brasil, foi introduzida, pela Embrapa Clima Temperado, de Pelotas-RS, em meados dos anos 80 e os primeiros cultivos comerciais foram realizados em Vacaria, a partir de 1990. Atualmente, são cultivados aproximadamente 17 ha de mirtilo, por aproximadamente 45 produtores de Vacaria. Nos últimos anos, a fruta de mirtilo assume importância comercial cada vez maior, não apenas pelo seu sabor exótico da polpa (doce- ácido a ácido), mas, por estar havendo uma ampla divulgação da utilização das frutas como "fonte da longevidade", devido à sua composição nutricional e funcional. O mirtilo pertence à família Ericaceae, a mesma da azaléia. Há muitas espécies de mirtilo, sendo que as principais espécies com expressão comercial são divididas em três grupos, de acordo com o genótipo, hábito de crescimento, tipo de fruto produzido e outras características. As práticas de manejo são diferenciadas para cada um dos grupos, desde a produção de mudas até a colheita e utilização das frutas. A cor da fruta é azul, semelhante a uva e a jabuticaba, sendo por isso rica em antocianina, uma das substâncias mais importantes na saúde humana. O fruto é uma baga de cor azul escura quando madura, com muitas sementes, coberta por cera, de formato achatado, coroada pelos lóbulos persistentes do cálice e com aproximadamente 1 a 2,5 cm de diâmetro e com peso de 1,5 a 4 g. Por isso, normalmente é referido como pertencente ao grupo das frutas vermelhas, ao lado de framboesa, amora-preta e morango. Nas condições de Vacaria, a colheita de frutas é realizada de novembro a fevereiro, dependendo do cultivar/grupo cultivado. A frutificação ocorre nos ramos de um ano de crescimento. A maturação é desuniforme, exigindo colheita diária, de forma cuidadosa pois é uma fruta sensível ao dano mecânico. A fruta do mirtilo não é tão sensível como as demais pequenas frutas (morango, amora-preta, framboesa) conservando-se, sob condições de prateleira, de sete a dez dias e em condições de câmara fria, de trinta a quarenta dias. A colheita se realiza com intervalos de quatro a sete dias dependendo das condições climáticas e do estádio de maturação do fruto. As frutas podem ser consumidas "in natura" ou após processamento por congelamento, desidratação, enlatamento ou fabrico de geléias, conservas em polpas e licores. As características ornamentais do mirtilo contribuem para que esta seja uma alternativa adicional de utilização. No Canadá é comum seu cultivo em jardins como motivo paisagístico, além da produção de frutas.. As frutas de mirtilo são ricas em vitaminas A, B e C, de antocianina e flavonóides. Por isso apresentam vários efeitos biológicos benéficos no ser humano, incluindo ação antioxidante, anti-carcinogênicos (inibição da indução química de câncer) e funcionamento cardiovascular. Os benefícios à saúde humana pelo consumo de mirtilo devem-se especialmente a presença de compostos fenólicos, como os flavonóides e ácidos fenólicos. Os efeitos antioxidantes eliminam os radicais livres, cujo acúmulo promove o envelhecimento dos tecidos, pelos danos provocados nas membranas e interferindo na estrutura de moléculas biológicas como DNA, fosfolipídios e proteínas. Produzem também ação anti-inflamatória, melhoram a circulação do sangue, reduzem o colesterol ruim (LDL) e favorecem a saúde dos olhos. A fruta também é dotada de ácido elágico, substância que tem sido estudada em diversos países por possível propriedades inibidoras contra a replicação do vírus HIV, transmissor da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). 

terça-feira

Sociedade ambiental X Pseudotradições


Atualmente vivemos em uma sociedade por vezes considerada ambivalente, sob a análise dos mais renomados pensadores contemporâneos ou pós-modernos. Algumas pessoas tentam de maneira frustrada coadunar o pensamento de proteção do ambiente e, aqui compreendidos todos os seres vivos, com práticas reiteradamente consideradas objeto de reprovação por parcela majoritária da sociedade atual. Aqui especificamente trataremos das práticas chamadas muitas vezes de tradição ou pasmem, Cultura por alguns não menos importantes personagens de nossa vida cotidiana. E, então afinal que prática é essa? O debate que se pretende nesse ensaio é acerca das constantes agressões que seres vivos sofrem em nome de Pseudo-tradições, que em verdade se refletem em práticas primitivas e não históricas, que não podem ser recepcionadas por qualquer sociedade considerada civilizada e, muito menos por aqueles que pretendem alcançar a condição de sociedade ambiental. Os exemplos são muitos, dessa forma, neste texto não há espaço suficiente para pormenorizar cada conduta granjeada de um sentimento de desprezo pela vida do outro ser. Todavia, é necessário, com vistas à melhor esclarecer e promover o debate em torno do tema, se utilizar de exemplos que a todo o momento são encontrados nos noticiários, como as touradas, rinhas de cães e galos e, a tão combatida pelos grupos ambientalistas, farra do boi. Os defensores dessas práticas argumentam em sua maioria que se trata de tradições de décadas ou até mesmo séculos e que o sofrimento impingido aos animais é controlado ou até mesmo inexistente, mas é notório que por menor que seja a parcela de dor que aquele ser vivo está sofrendo não se justifica para a mera diversão de um grupo de pessoas. Tradições são e devem ser respeitadas, porém não podemos incorrer em erros que nossos antepassados incidiam por sua ignorância ou desconhecimento, fruto latente dos seus estágios de evolução. Nossa sociedade pôde analisar de maneira detalhada o passado, pois evoluímos muito nas últimas décadas, o que nos garante uma condição ainda mais privilegiada em relação aos demais animais que nos cercam. E, então qual o motivo da repetição de comportamentos que não coadunam com nosso estágio evolutivo? Um grande exemplo de adaptação foram alguns rodeios que por intervenção do Poder Público passaram a não se utilizar de meios que possam ferir ou causar sofrimentos aos animais. Dessa forma, vê-se preservadas as tradições, afinal, cultura não é caracterizada por práticas violentas e ignóbeis, mas têm sentido e significado em síntese de cuidar ou ter cuidado. Este cuidado se reflete em nossas atitudes com todos os seres vivos, mesmo que outrora tenham sido objetalizados. De certo é que podemos acompanhar incessantemente que nas mais diversas espécies animais o comprometimento e o afeto com os humanos são notáveis e, são igualmente comuns os atos de heroísmo em defesa do seu amigo humano, mas por mais comum que sejam essas condutas, muitas pessoas negam e pensam que os animais são meras coisas das quais podemos nos servir quando necessário, inclusive para diversão torpe e fútil. Esse é apenas o começo de um grande debate, pois nossa sociedade também é responsável por práticas tão ou mais abjetas que as pseudo-tradições, tudo em nome da economia, da moda, da beleza ou simplesmente do status. Porém esse é campo para outras discussões, mas o que fica é a reflexão de uma dignidade da vida e não apenas do ser humano. Uma dignidade ambiental para uma sociedade ambiental.