quarta-feira

Tratamento de resíduos: a eficiência na aplicação de geossintéticos


A era da informação chegou e junto com ela veio o consumismo desenfreado. O acumulo de lixo se tornou uma realidade em diversos países e surgiu aí a necessidade de investir em programas e tecnologias para o tratamento desses resíduos. Os materiais geossintéticos, produtos sintéticos usados para resolver problemas de geotecnia e impermeabilização de solo, vêm sendo utilizados de forma crescente em obras de proteção ambiental, especialmente nos países desenvolvidos.

Dentro deste contexto, desde 1971, quando foi produzido o primeiro geossintético no Brasil, a demanda por soluções inovadoras e racionais na área da geotecnia vem aumentando rapidamente. Quando comparados às soluções convencionais, os geossintéticos apresentam inúmeras vantagens, tais como a excelente estanqueidade, boa compatibilidade química, leveza, facilidade de aplicação e baixo custo.

As principais funções exercidas pelos geossintéticos são: impermeabilização, que funciona como barreira de fluxos; drenagem, coletando e conduzindo fluídos; filtração, retendo solo ou outras partículas, permitindo a passagem livre de fluídos em movimento; proteção, limitando ou prevenindo danos a elementos de obras geotécnicas; separação, impedindo a mistura ou interação de materiais adjacentes; reforço, utilizando as suas propriedades para a melhoria do comportamento mecânico de uma estrutura geotécnica; e controle de erosão superficial, prevenindo a erosão de partículas de solo devido ao escoamento superficial de um fluído.

Em um mercado em ascensão, como o mercado brasileiro de geossintéticos, cuidados devem ser tomados para assegurar o bom desempenho destes produtos em obras. Deve-se ter atenção especial com o controle de qualidade de fabricação dos produtos, controle de qualidade da instalação em obras e com a correta especificação técnica dos geossintéticos.

Portanto, com uma boa técnica de engenharia, que consiste em uma especificação técnica correta e bons controles de qualidade em fábrica e em campo, garante-se que a aplicação de geossintéticos em obras ambientais proporcione um alto nível de qualidade aliada à redução de tempo e custo para sua execução. Uma aposta que vale a pena.

domingo

O efeito estufa e a agricultura


Tudo está relacionado. Veja. O aumento do dióxido de carbono na atmosfera pode afetar um dos principais produtos brasileiros vendidos ao exterior: a carne bovina. Resultados iniciais de estudo que integra o Climapest, projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o impacto do efeito estufa na agricultura, apontam para modificações na qualidade da pastagem do gado.

A pesquisa foi apresentada no encontro sobre o impacto do efeito estufa Greenhouse Gases & Animal Agriculture Conference, em Dublin, na Irlanda, no fim do mês de junho.

Baseados na quantidade imaginável e presumível de dióxido de carbono no meio ambiente em 30 anos, os pesquisadores brasileiros do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP) criaram um ambiente com alto teor desse gás e constataram que, em tal situação, a Gramínea brachiaria, utilizada largamente na alimentação do gado no país, cresce com mais força. E com um porém: fica com quantidade menor de nutrientes.

“Com mais fibras indigeríveis, em vez de se ter mais produção de carne - porque o boi vai ter mais pasto para comer, nós poderemos ter um problema porque a queda na qualidade dessa comida levará o pecuarista a ter de investir mais”, afirmou o coordenador da pesquisa Adibe Luiz Abdalla, professor do Cena, à reportagem da Agência Brasil.

Um campo experimental da Embrapa, em Jaguariúna, na região de Campinas, a cerca de 125 quilômetros da capital paulista, serviu de quartel-general para os testes e análises. Nesse local um ambiente que se imagina como realidade em 2040 foi cuidadosamente criado. Nele foram instalados 12 círculos de dez metros quadrados nos quais o dióxido de carbono foi colocado. Resultado: houve a ampliação da quantidade encontrada atualmente na atmosfera de algo em torno de 370 a 390 para cerca de 590 a 600 partes por milhão (ppm).

O gás carbônico tem o papel de auxiliar no desenvolvimento das plantas por meio da fotossíntese. O professor Adibe estima que com mais fotossíntese haverá um aumento da biomassa. “Esse aumento da produção de biomassa no caso de forragens é interessante porque vai produzir mais e mais capim, só que esse capim pelas informações que a gente está obtendo até agora é de pior qualidade, tem mais fibra, mais componentes indigeríveis”, disse.

Isso poderia comprometer, igualmente, conforme o pesquisador, outras culturas como as de algodão, arroz, feijão, milho e trigo. Ainda, contudo, não se pode saber ao certo o real impacto do efeito estufa sobre essas culturas.