terça-feira

Sobre nosso meio ambiente?

Os recursos que a Noruega prometeu dar ao Brasil para ajudar a preservar a Floresta Amazônica - há mais de quatro anos - ainda está nos cofres de bancos noruegueses. Por quê? Acredite: porque faltam projetos de qualidade para que os desembolsos possam ser realizados. Em 2009, o governo de Oslo prometeu um bilhão de dólares ao Brasil para ajudar a frear o desmatamento. Menos de 10% do dinheirohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png foi captado e utilizado. Uma vergonha para o país.

Em entrevista à Agência Estado, o representante do governo da Noruega, Baard Vegar Solhjell, mandou recado claro ao Brasil, justamente num momento de definição da política florestal. "Enquanto o Brasil mostrar resultados no combate contra o desmatamento, haverá dinheirohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png. Isso eu posso garantir. Há muito mais que podemos dar."

Com pouco mais de quatro milhões de habitantes, a Noruega, que em poucas décadas se transformou em um oásis de prosperidade graças ao petróleo, decidiu usar parte dos recursos para frear o desmatamento na Amazônia, assim como no Congo e na Indonésia.

Hoje, porém, o principal obstáculo para a liberação do dinheiro não é nem a indefinição sobre o Código Florestal nem a pressão pela diminuição de áreas protegidas - e sim a dificuldade de identificar projetos bem estruturados, que possam usar os recursos de uma forma eficiente e com resultados, condições impostas pelos noruegueses para liberar os recursos.

Por enquanto, cerca de US$ 425 milhões foram liberados. Mas, desse total, nem mesmo US$ 100 milhões chegaram de fato ao Brasil. "Mais da metade do dinheiro ainda está nos bancos", admitiu o ministro. "Estamos esperando por projetos de qualidade."

Um relatório preparado pelo governo norueguês identificou esse problema como um dos obstáculos mais críticos para que a cooperação de fato avançasse e apontou como ONGs, governos estaduais e outros atores têm criticado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pela burocracia que criou para aprovar projetos.

Apesar dos problemas constatados, o governo norueguês faz elogios ao avanço da política brasileira em termos de meio ambiente e aponta que as conquistas do Brasil na redução do ritmo do desmatamento entre 2004 e 2011 foram a maior contribuição em termos de economia de emissão de CO2 do mundo, equivalente a tudo o que a Alemanha emitiu em CO2 nesse período. 

"O Brasil vem mostrando resultados excelentes e estamos muito impressionados. Trata-se do maior esforço de redução de emissão de CO2 hoje feito pela humanidade", disse Solhjell.

Entraves à parte, é necessário que os projetos sejam readequados, melhorados. O que não se pode admitir é ver a luta contra o desmatamento perder força por causa da falta de competência gerencial.


 Agência Estado.

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