terça-feira

Realidade futura, uma escolha...


Se analisarmos friamente nossa realidade ambiental, isto é, nosso momento zero, o ponto onde nos encontramos junto ao ecossistema Terra, teremos a perfeita noção de que realidade temos para uma realidade com a qual nos defrontaremos daqui a 50 anos.

Considerando que a realidade é um dos casos da possibilidade, que o que chamamos futuro é na verdade o caminho que escolhermos para alterar ou manter a realidade do momento presente fica fácil imaginarmos o que nos espera, que configurações terá a Casa-Terra em um futuro que será alcançado por nossos filhos e netos e que será a herança por nós deixada.

Estudo feito por cientistas ingleses, encomendado pelo governo da Inglaterra, mostra claramente que a economia sofrerá mais se não tratarmos de recuperar hoje o ecossistema do que o que se gastaria para compensar os danos, na maioria irreversíveis, nos próximos trinta anos. Concluíram que os danos à economia serão superiores a 5% do PIB mundial, mas se cuidarem da natureza as despesas de recuperação serão de apenas 1% do PIB mundial, isto é, é antieconômico maltratar a natureza.

Esperamos que esta conclusão não seja tardia demais, que os cálculos estejam certos, daqueles que acham possível reverter os profundos impactos ambientais, pois a outra alternativa é a de que nos espera um futuro dramático. O Brasil, neste quadro, teria um enorme deserto na região onde hoje temos a Floresta Amazônica. Imaginem o Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste brasileiros como seriam!

Lamentamos, no entanto, que apenas verificando os problemas econômicos os governantes do mundo todo estejam a se preocupar com o enorme capital natural que está sendo permanentemente destruído. Não são preocupações com a qualidade de vida das pessoas, mas com os recursos econômicos que se manifestam assustados os dirigentes globais.

Acham estes que podem equilibrar o planeta Terra com contabilidade simples de perdas e ganhos de capital, capital criado, que cresce em linha inversa a linha de crescimento negativo do capital natural.

Entram neste contexto de recuperação do capital natural, cuidados com a biodiversidade, mesmo que alguns aleguem que é natural a extinção das espécies, o que em tese não estaria errado se a velocidade e quantidade de espécies extinguindo-se não fosse a índices extremamente elevados o que nos coloca em estado de alerta, não pelos mesmos motivos do governo inglês, mas por entendermos que uma das espécies ameaçada de extinção é a humana.

E por aqui? O que anda acontecendo com nosso ambiente? Fora a autorização de desmatamento seletivo (?) da Floresta Amazônica, as alterações de um bioma natural (capital natural), os campos, por lavouras de árvores (capital criado) e manutenção de todos os meios de liberação de gases poluentes para a atmosfera, tudo parece sob controle.

 Parece, pois quando as relações entre os diferentes fatores ecológicos, que denominamos clima, começarem a ser alteradas é sinal que aquele futuro, o mais dramático para a espécie humana, está começando a se tornar realidade, isto é, será o presente...



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quarta-feira

Crise Ambiental e a Educação

Diante de mudanças climáticas galopantes e com a crise ambiental, como ficará a sustentabilidade da vida humana? É certo que a Terra, como planeta vivo, encontrará sua maneira de se adaptar às novas condições estabelecidas pelas mudanças climáticas.

Junto com a crise ambiental, que coloca a vida humana em risco, está também uma crise moral que questiona o próprio sentido da vida humana. É preciso revisar a raiz da árvore da vida que gerou a nossa civilização. Conhecer as causas da crise de valores que fez surgir a crise ecológica que está continuamente a pressionar e minar a epistemologia que alicerça a concepção dos nossos modos de vida.

A crise ambiental é também a crise ontológica que nos convida a questionar o nosso ensino-aprendizagem. A questão não se limita a informações sobre as questões ambientais, como o aquecimento global, a poluição, a perda da biodiversidade e outras, mas de descobrir suas causas profundas. Diante das incógnitas que se avizinham é necessário descontruir o pensamento culturalmente e socialmente condicionado para que a mente possa pensar o impensado. Com os pensamentos impensados, talvez possamos desconstruir toda a parafernália de teorias e práticas exaustivamente repetitivas e deletérias no mundo.

Só a utopia de um futuro sustentável não projetado por mentes cheias de entulhos de conhecimentos que lhe foram amontoados durante séculos e séculos poderá ser o combustível para nos levar ao verdadeiramente novo.

As Escolas e Universidades não podem e não devem mais serem aparelhos ideológicos do estado para reproduzirem uma realidade coisificada, devem ser os centros de produção de sonhos utópicos,para nos auxiliar na libertação das jaulas das racionalidades de uma ciência árida e orgulhosa de sua arrogância científica.

A escola deve ser o lugar de produção de uma vida rica em sentidos e significados onde sempre seja possível o sonho de novos enigmas a decifrar.



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