domingo

O preço do Planeta Terra





Puseram preço à Terra. Finalmente, descobriram quanto ela vale!

5 quatrilhões de dólares.

5.000.000.000.000.000,00 – acho que é isso. Uma parte da fortuna do Tio Patinhas. Muito dinheiro – realmente! – mas, enfim, agora sabemos quanto ela custa.

Agora sabemos quanto custam os mares e seus os peixes. Os corais, as ilhas dos mares do sul, os pores do sol e a luz da Lua cheia. Agora sabemos quanto custam as ondas que banham as nossas crianças e os gigantes de água onde os surfistas deslizam. Sabemos quanto custam os castelos de areia e o Everest, 8.848 metros de rocha e gelo, e os ventos que sopram por lá, o ofego dos deuses.

Sabemos, agora, quanto custa o Ganges, o rio que é a cabeleira de um deus e as savanas africanas com seus leões, rinocerontes e elefantes. Sabemos quanto custam as neves do Kilimanjaro, enquanto existirem, o Fujiwama e o estreito do Bósforo, que na minha meninice chamava de "fósforo", lógico. Agora temos o preço da Antártica, sabemos quanto custam os Andes e a cadeia das Rochosas, o Pampa, os vulcões da Islândia, os rios da Europa, o Mediterrâneo e suas civilizações, e os ursos polares – não é genial saber quanto custam os ursos polares, agora que estão se extinguindo?
E sabemos o quanto custa a Amazônia, o Amazonas e a pororoca! Sabemos quanto custa a Terra e, portanto, entre outras coisas, quanto custamos nós mesmos. Quanto custa a Vida.
A nossa vida.

Será que agora que quantificamos a existência, a beleza, a alegria, teremos uma noção do que estamos perdendo cada vez que uma espécie desaparece, que um vazamento de petróleo dizima uma região?

Se tivermos 5 quatrilhões de dólares, poderemos comprar a nossa vida, quando ela se acabar?

Por Simone Saueressig

terça-feira

O ano das florestas


A Campanha de Valorização do Papel e da
Comunicação Impressa, voltada ao esclarecimento da opinião pública quanto à origem ecologicamente correta das matérias-primas destinadas à indústria gráfica brasileira, é absolutamente alinhada com a celebração oficial de 2011 como o Ano Internacional das Florestas, instituído pela ONU.

Ambas as iniciativas contribuem para a conscientização da sociedade sobre o significado da preservação das matas nativas, da conservação dos recursos naturais, da produção sustentável e do respeito à salubridade do hábitat como fatores condicionantes à reversão do efeito estufa e das mudanças climáticas.

A importância da cobertura vegetal para o sucesso da missão da humanidade de garantir a vida na Terra é evidenciada em dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma): as florestas representam 31% da superfície sólida do planeta, servindo de abrigo a 300 milhões de pessoas e garantindo, de maneira direta, a sobrevivência de 1,6 bilhão de indivíduos e 80% da biodiversidade terrestre.

No Brasil, a cadeia produtiva da comunicação impressa contribui de modo relevante para a preservação desse inestimável patrimônio natural, pois aqui não se cortam árvores nativas para a produção de celulose e papel. Cem por cento desses insumos provêm de florestas cultivadas, que são plantadas para serem colhidas, e que ainda proporcionam um ganho adicional ao meio ambiente: são absolutamente sustentáveis e seu manejo permite manter grandes áreas plantadas, as quais, na fase de crescimento, sequestram na atmosfera expressivo volume de dióxido de carbono. Em nosso País, as matas plantadas com finalidade industrial absorvem um bilhão de toneladas por ano desse gás, que é o principal causador do efeito estufa. Ou seja, a principal matéria-prima da indústria de comunicação gráfica, o papel, é não só reciclável, mas também renovável.

Todos esses valores agregados, informações e dados têm sido difundidos pela Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa, da qual são signatárias 20 entidades de classe brasileiras. Assim, no contexto da celebração da ONU em 2011, é oportuno e pertinente lembrar que, no Brasil, não se derruba um arbusto nativo sequer para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos ler jornais e revistas, acondicionar produtos em seguras e criativas embalagens de papel-cartão e desfrutar de todos os benefícios com os quais a mídia impressa contempla nossa civilização.

A despeito do advento de novos e cada vez mais sofisticados meios eletrônicos, a demanda da comunicação impressa continuará se expandindo, à medida que as nações, como vem ocorrendo no Brasil, tenham êxito na inclusão econômica, na evolução do PIB e na redução das desigualdades. Seu crescimento, sob essas perspectivas, é inevitável, pois a demanda relativa a jornais, livros, cadernos e revistas reflete os índices de alfabetização, a democratização das oportunidades, a universalização do ensino público e até mesmo a capacidade de se difundir de modo amplo no contexto da sociedade questões de alta relevância, como este bem-vindo Ano Internacional das Florestas.

Por Fabio Arruda Mortara.