sábado

Mudança climática é o verdadeiro apocalipse, dizem cientistas


Guerra nuclear, pandemia viral, mudança climática: a suposta profecia maia do fim do mundo não será cumprida, mas o apocalipse já começou e agonia será lenta, alertam os cientistas. O cientista disse considerar "ridículas" as previsões de que o fim do mundo ocorrerá em 21 de dezembro de 2012, injustamente atribuídas ao calendário maia.
"A ideia de que o mundo acabará subitamente, por uma causa qualquer, é absurda", declarou David Morrison, cientista da Nasa (agência especial americana) e especialista da vida no espaço. "A Terra existe há mais de 4 bilhões de anos e passarão muitos anos antes de o sol tornar nosso planeta inabitável", disse.

Em quase 5 bilhões de anos, o sol se transformará em "gigante vermelho", mas o calor crescente terá, muito antes, provocado a evaporação dos oceanos e o desaparecimento da atmosfera. O astro solar resfriará depois, até a extinção, mas isto não nos dirá respeito, explica o cientista. "Até lá, não existe nenhuma ameaça astronômica ou geológica conhecida que poderia destruir a Terra", afirma.

Os astrônomos da Nasa afirmam também que não é provável que um asteroide volte a se chocar com a Terra, como ocorreu, na atual península mexicana de Yucatán, há 65 milhões de anos, causando, provavelmente, a extinção dos dinossauros. "Estabelecemos que não há asteroides tão grandes perto de nosso planeta como o que terminou com os dinossauros", disse.
Mas, se ainda restou vida após aquele asteroide, sobreviver a uma pandemia mundial de um vírus mutante, do tipo gripe aviária H5N1, poderia ser mais complicado. Mesmo assim, conforme Jean-Claude Manuguerra, especialista em virologia do Instituto Pasteur de Paris, não seria o fim do mundo.

"A diversidade de sistemas imunológicos é tão importante que há pelo menos 1% da população que resiste naturalmente a uma infecção", afirmou o especialista da revista francesa "Sciences & Vie", que consagrou um número especial ao fim do mundo.

E, apesar de a tese sobre uma guerra nuclear ter perdido força desde o fim da Guerra Fria, não desapareceu completamente. O número de vítimas dependeria da magnitude, mas inclusive um conflito regional - como o que há entre Paquistão e Índia - bastaria para causar um "inverno nuclear" com efeitos em todo o planeta, como uma queda das temperaturas que impossibilitaria a agricultura.
Mas os cientistas demonstram mais inquietação com a mudança climática. Eles dizem que o aquecimento do planeta é o que mais se parece com o temido fim do mundo. E não são simples temores e hipóteses. Secas, tempestades e outras catástrofes naturais se tornariam mais frequentes e intensas com o aumento das temperaturas mundiais, que poderiam registrar alta de 2°C, 4°C e até 5,4°C até 2100. Isto equivaleria a um suicídio coletivo da espécie humana, advertem os cientistas, que intensificam os pedidos para conter o devastador aquecimento do planeta.

 Fonte: AFP/Folhapress

sexta-feira

Brasil detém segunda maior área florestal do planeta


O Brasil tem 516 milhões de hectares de florestas, o equivalente a 60,7% do território nacional, ficando atrás apenas da Rússia. A informação constam da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse total de 516 milhões de hectares de florestas é composto por áreas destinadas a reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, terras indígenas, áreas de proteção dos recursos hídricos e do solo, de conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e estaduais, de produção madeireira e não madeireira em florestas nacionais e estaduais e florestas plantadas, de proteção ambiental e áreas ocupadas com florestas.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que 31% da superfície terrestre do planeta sejam ocupados por florestas habitadas por 300 milhões de pessoas. Delas dependem, de forma direta, 1,6 bilhão de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre.

Para promover ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de florestas, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas.

A iniciativa teve o objetivo de conscientizar a sociedade da importância das florestas, alertando que a sua exploração de forma inadequada acarreta, entre outras consequências, a perda da biodiversidade e o agravamento das mudanças climáticas.

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente promoveu vários eventos, enfocando a conservação, o manejo e o desenvolvimento sustentável.

Por Ag. Brasil

 

sábado

Vamos cuidar bem de nosso quintal

A crise internacional tem desviado o foco dos Estados, inclusive nos países desenvolvidos, de questões ligadas à poluição, mudanças climáticas e sustentabilidade. Assim, tornam-se mais importantes as iniciativas da sociedade na viabilização de um mundo economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente saudável. Estes princípios da triple botton line, no contexto do capitalismo democrático, têm nas empresas o seu grande bastião.


O Brasil, cuja liderança é ascendente no tocante aos temas de interesse multilateral, já avançou alguns passos no âmbito dos compromissos das empresas e da sociedade. O melhor exemplo disso é a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída por lei, que prevê, dentre outros itens, a logística reserva, a cargo dos próprios setores produtivos. Isso significa que fabricantes/importadores, distribuidores e varejistas terão de se unir para tirar do meio ambiente os resíduos e embalagens descartáveis dos produtos que fabricam e comercializam.

Esse imenso trabalho irá somar-se ao aumento da reciclagem e à obrigatória erradicação dos lixões, a partir de 2014, na promessa de imenso ganho ambiental para as cidades. Nesse processo, que envolve praticamente todas as cadeias produtivas, há amplo espaço para a inclusão social, em especial por meio das cooperativas de catadores, e para a participação da comunidade, cuja missão será sempre exponencial, tanto contribuindo para a logística reversa, quanto para o sucesso da coleta seletiva do lixo.

Um exemplo do engajamento do universo produtivo no enfrentamento dos desafios da sustentabilidade encontra-se na indústria têxtil paulista. O Sinditêxtil-SP, que a representa, acaba de lançar o Projeto “Retalho Fashion”, que organizará o descarte e a coleta de retalhos e sua venda a indústrias recicladoras. Também serão capacitadas pessoas pelo Senai para a coleta e seleção do material, com geração de emprego e renda. Ou seja, uma resposta precisa e antecipada à Política Nacional de Resíduos Sólidos e que transcende ao marco legal, já que o setor não está incluído entre os obrigados à prática da logística reversa.

Em 2011, o Brasil importou 13,47 mil toneladas de trapos, ao valor de US$ 13 milhões. Contudo, somente no Bom Retiro, em São Paulo, são geradas 6 toneladas diárias de resíduos têxteis. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão e o quinto maior produtor têxtil do planeta, gerando aproximadamente 170 mil toneladas mensais de resíduos. Ora, não podemos continuar importando o que jogamos no lixo. Daí a pertinência do novo programa.

O Sinditêxtil-SP, responsável pela edição do Guia de Produção Mais Limpa, também apresentou àCetesb reformas no regimento e na representatividade na Câmara Ambiental, tornando-a mais eficaz e democrática. O setor têxtil investe R$ 2 bilhões por ano na produção, e boa parte desses aportes destina-se ao desenvolvimento de novas tecnologias ambientais. A entidade, cujas empresas filiadas são as que mais aplicam recursos em sustentabilidade, preocupa-se, ainda, com o primeiro emprego dos jovens e aabsorção de trabalhadores com baixo nível escolar.

Ademais, as indústrias têxteis paulistas tratam 100% seus efluentes, reutilizam a mesma água, aproveitam seus próprios resíduos para gerar energia, utilizam corantes semanilinas azoicas (que podem provocar alergias e afetar pacientes de asma e bronquite), utilizam fios de pet reciclado e fibras alternativas como de cana-de-açúcar e pneu reciclado. Ou seja, a atividade está se tornando protagonista da moda sustentável.

Como se observa, os setores produtivos brasileiros têm respaldado a liderança crescente do País nas negociações multilaterais relativas à sustentabilidade. Se as nações desenvolvidas e algumas das emergentes estão despreocupadas com o Planeta, vamos dar o exemplo e cuidar muito bem de nosso quintal!

Por: Alfredo Bonduki.

quarta-feira

Aparelho ecologicamente correto combate plantas daninhas com eletricidade

No momento em que tanto se fala em sustentabilidade, um projeto de pesquisa financiado pela Fundect tem se destacado por sua proposta eficiente e ecologicamente correta no combate às plantas daninhas que invadem as lavouras: o Eletroherb.


Trata-se de um equipamento acoplado ao trator que eletrocuta as plantas invasoras por meio de descargas elétricas de alta tensão - entre 5.000 e 15.000 volts - podendo substituir completamente o uso de agrotóxicos e químicos nocivos ao meio ambiente e à saúde do homem. O gerador de energia elétrica do aparelho é impulsionado pela força do próprio trator.

"Nosso principal objetivo é oferecer ao mercado uma alternativa que evite a contaminação por herbicidas, num sentido bem amplo, que vai desde o manejo do trabalhador rural, ao solo, rios, e ao alimento que chega até a casa do consumidor", argumenta o coordenador do projeto, Sergio de Andrade Coutinho Filho*.

O Eletroherb

De acordo com o pesquisador, tudo começou na Eco 92, no Rio de Janeiro, onde foram discutidos meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção do meio ambiente. Nessa época, estudiosos na área afirmavam que seria possível evitar o uso de herbicidas nas lavouras e hoje isso já acontece, graças ao Eletroherb.

O Eletroherb pode ser utilizado em qualquer tipo de cultura agrícola, mas é mais comum naquelas com alto valor agregado, como é o caso da fruticultura, em plantações de alimentos orgânicos e de madeiras nobres, devido, principalmente à consciência ambiental de seus produtores.

Sergio explica, também, que é preciso um espaço significativo entre as linhas de plantio para que o trator possa de locomover, o que não acontece, por exemplo, no cultivo da soja, muito comum em Mato Grosso do Sul.

Para a aplicação do Eletroherb, o tamanho ideal das plantas daninhas deve estar entre 20 e 40 centímetros de altura. Os choques de alta voltagem que atingem a planta alteram sua estrutura de forma irreversível, fazendo com que ela perca a capacidade de absorção de água, oxigênio e nutrientes.

A planta morre já na primeira aplicação, mas dentro 60 dias, mais ou menos, novas plantas voltarão a nascer no mesmo lugar e então deve-se aguardar o crescimento das mesmas até a altura certa para reaplicar o Eletroherb.

A aplicação do aparelho se faz necessária de duas a três vezes ao ano, apresentando, assim, a mesma freqüência de aplicação do herbicida, porém, sem as consequências negativas à natureza.

Atualmente, o herbicida mais vendido no Brasil e no mundo é Glifosato, já que é muito mais barato e menos agressivo, dentre os demais. Mesmo assim, há indícios de que ele cause danos à saúde humana.

Para Sergio, a grande vantagem do equipamento sobre as formas convencionais de controle plantas daninhas é a preservação integral do meio ambiente: o método por eletrocussão do Eletroherb é uma solução ecologicamente correta na medida em que elimina o uso de produtos químicos, não deixa resíduo algum no solo, não polui os mananciais de água, não traz riscos de contaminação aos seres humanos ou aos animais, não gera problema de deriva e ainda mantém a cobertura orgânica sobre o solo.

Produção

A produção do Eletroherb é realizada pela equipe da empresa Sayyou. "Aqui, cada um ajuda um pouco. Cada aparelho é produzido após encomenda, não fabricamos em larga escala, pois ainda somos uma empresa muito pequena; nem investimos um centavo sequer em marketing, já que os próprios produtores rurais fazem essa propaganda, boca a boca, após perceberem a eficiência do aparelho", afirma o pesquisador.

Cada Eletroherb é vendido atualmente por 140 mil reais. Só este ano foram vendidos quatro aparelhos e até meados de 2014 há uma previsão de mais 30 vendas.

Apoio financeiro

Para Sergio, o apoio da Fundect e do Sebrae, por meio do Edital PAPPE, foi fundamental para o desenvolvimento de melhorias no aparelho, como por exemplo o mecanismo de contato com as plantas, que hoje está bem mais forte e resistente que o anterior.

Outra melhoria se deu com o controle remoto hoje bem mais compacto, sem fio e com sensor de presença o que facilita o uso do trabalhador rural e barateia o custo.

"Estamos muito entusiasmados com os resultados que o Eletroherb tem alcançado nas lavouras do Brasil, assim como o consequente sucesso nas vendas. Essa tecnologia pode substituir oito bilhões de litros de herbicidas e venenos colocados no meio ambiente todos os anos", conclui o pesquisador.

Fonte: Fundect.

sexta-feira

Alimentos transgênicos

Os alimentos transgênicos envolvem uma discussão profunda e dividida não só nos meios científicos como nos cidadãos comuns do mundo todo. Os transgênicos são, basicamente, organismos geneticamente modificados e frutos da biotecnologia. Por meio desta técnica, genes são retirados de uma espécie animal ou vegetal e inseridos em outras.

 Quebra-se a cadeia de DNA em certos locais, onde são inseridos segmentos de outros organismos; em seguida, costura-se novamente a sequência restabelecendo uma cadeia modificada. Com esta técnica são criadas formas de animais e vegetais que jamais ocorreriam normalmente na natureza. Ela também pode gerar inúmeros problemas, pois o lugar onde o gene é inserido não pode ser controlado completamente e poderemos ter resultados inesperados.

 Também não existem sistemas para avaliar os efeitos dos transgênicos nas próximas gerações e no meio ambiente e por esta razão é que muitos países não permitem que sejam produzidos ou comercializados em seus domínios. Alguns outros países, entre eles os Estados Unidos, Canadá, Argentina e o Brasil, continuam a aprovar o cultivo e distribuição destes alimentos, mas na maioria dos casos, essas decisões foram baseadas em laudos fornecidos pelas próprias empresas produtoras, o que é um absurdo.

 Na Europa, onde existe um critério mais rigoroso, não só o plantio, mas também a comercialização, não são permitidas em muitas regiões, pois não se consegue assegurar padrões de segurança à saúde humana e o meio ambiente. Algumas empresas que comercializam transgênicos no Brasil são também produtoras de inseticidas, herbicidas, fungicidas e todos os tipos de venenos.

Uma das maiores do mundo é a Monsanto, que produziu na década de 40 e 50 os famosos PCBs (bifenilos policlorados), conhecidos como Ascarel, que foram largamente utilizados pela indústria. Anos mais tarde ficou provado que esses produtos provocam câncer e estão relacionados a transtornos reprodutivos e imunológicos.

 Hoje, o Ascarel é proibido no mundo todo, mas ninguém sabe o que fazer com milhões de toneladas deste produto tóxico estocados no planeta. Um dos venenos mais comercializados pela Monsanto é o “Roundup”, que tem como princípio ativo o Glifosato. Aqui no Brasil, a propaganda do produtor é tanta que chega a ser chamado de “o bom veneno” entre vários agricultores.

Já na França, em 2009, foi publicada uma pesquisa por um bioquímico da Universidade de Caen, que evidenciou este produto como provocador de alergias, necroses e degradações do DNA, em especial nas mulheres grávidas. A soja transgênica “Roundup Ready”, largamente utilizada no Brasil, foi desenvolvida para ser utilizada junto ao herbicida Roundup, sendo que ambos são produzidos pela mesma empresa.

 O Brasil já é o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos e o mais trágico dessa situação é que já não temos uma opção de evitá-los e perdemos completamente nossa liberdade de escolha.

Comemos venenos, respiramos venenos e estamos trocando nossa saúde e comprometendo o futuro das próximas gerações pela ganância de maiores colheitas.

 Por: Célio Pezza

domingo

Dia da Natureza e dos animais


Vivemos no último dia 4, a data simbólica dedicada à natureza e ao Dia Internacional dos Animais. Bonito no calendário, mas o que realmente o homem está fazendo pela preservação do meio-ambiente e pela defesa da sua fauna? Os noticiários nos mostram, diariamente, que mesmo sabendo que a água potável é vital para a nossa existência é finito e que, segundo estudos, começa a entrar no sistema de esgotamento, o ser humano continua poluindo rios, envenenando as espécies marinhas e, com isso, também o esgotamento do suprimento dessa cadeia alimentar. 

Se não bastasse isso, continuamos sujando a terra, desmatando florestas e mudando toda sistemática natural da atmosfera que nos envolve, pela total falta de consciência de que seremos - ou já estamos sendo - as próprias vítimas dos graves erros que cometemos, colocando em cheque o futuro de nossos filhos, netos e das gerações que se seguirão. Infelizmente, a ganância pela riqueza e poder faz com que cada vez mais governos - especialmente dos países mais desenvolvidos - esqueçam que na exploração sem planejamento de sustentabilidade das matas, da terra, dos mares e do subsolo, o planeta começa a entrar em agonia. Em nome desse crime, vale no entanto, o exercício do poder sobre os povos mais humildes, de países subdesenvolvidos que, em alguns pontos do mundo, perecem pela fome, pela desnutrição, pela sede e por moléstias que poderiam ser evitadas se houvesse conscientização da necessidade do viver realmente, numa "aldeia global", com primazia ao espírito de confraternização e, jamais, do incentivo a conflitos que se espalham pelos quatro cantos do mundo, com utilização de guerras químicas e outros artefatos, que oferecem bilhões de dólares e outras moedas a grupos industriais, construtores de material bélico, capazes de aniquilar a fertilidade do solo e decretar a morte dos mares e rios.

 O que estamos realmente fazendo em defesa dos animais, entre os quais um grande número já relacionados como em fase de extinção? O homem, como maior predador, invade florestas para buscar ninhos sobre árvores, tirando filhotes de aves para comércio criminoso; explode o solo para retirada, sem limites, de pedras preciosas; joga mercúrio sobre rios, na busca de ouro; constrói indústrias altamente poluidoras, cujos dejetos são jogados, sem maior tratamento, nos rios, tornando o líquido impróprio para o consumo; industrializam produtos tóxicos que são comercializados como apoio à agricultura, muito embora, em pouco tempo essa mesma terra chegue ao esgotamento e nada possa produzir e jogam, sem planejamento, redes ao mar para capturar matrizes e peixes juvenis que, muitas vezes, são devolvidos mortos ao mar, matando o alimento do amanhã.

 Infelizmente, tudo isso acontece diariamente, mas a insensibilidade do homem, movido pela ganância, faz com que o pensamento esqueça o futuro deste planeta chamado terra. 

Por Moacir Rodrigues

terça-feira

Água para todos: uma meta para o milênio


No primeiro semestre de 2012, tivemos a notícia que o mundo alcançou antes do prazo a meta de reduzir pela metade a quantidade de pessoas sem acesso à água potável. O resultado foi divulgado pelo relatório "Progressos sobre Água Potável e Saneamento 2012", publicado em parceria pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef. Ampliar este número até 2015 era um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), traçado pelas Nações Unidas.

 Conforme a pesquisa apresentada, na última década mais de dois bilhões de pessoas conseguiram acesso a fontes de água potável. Ao final de 2010, 89% da população mundial, 6,1 bilhões de homens e mulheres, haviam alcançado este direito. Apesar dos índices positivos, vemos também que 783 milhões de humanos ainda estão fora desta porcentagem. E ainda mais alarmante é a disparidade entre países e classes sociais.

 Na América Latina, 90% das pessoas têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água, 31% a mais do que na África Subsaariana. O grande desafio encontrado é garantir água de qualidade às regiões mais pobres e aos menos favorecidos. No Rio Grande do Sul, temos um cenário positivo, com 98% da população urbana abastecida por água tratada de qualidade. Além de uma extensa cobertura, possuímos a dádiva de contar com um precioso patrimônio da humanidade no nosso subterrâneo, o Aquífero Guarani. Porém ainda assim, nos deparamos com as zonas mais necessitadas sofrendo com a falta deste bem. 

Na primeira semana de outubro, nosso Estado terá a oportunidade de debater estas importantes questões. Do dia 29 de setembro a 06 de outubro, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes-RS), com o apoio de mais de 800 entidades, realiza a Semana Interamericana da Água. O objetivo do movimento, realizado em diversos municípios gaúchos, é justamente conscientizar a população para a forma como nós gerimos os recursos hídricos disponíveis. Neste período, proponho uma reflexão sobre nossa relação com a água. 

Quais as atitudes que tomaremos para tornar o acesso à água potável universal? Como indivíduos podemos implementar atitudes responsáveis, como evitar o desperdício e contribuir com a destinação correta de nossos resíduos. Como poder público, devemos garantir políticas permanentes de investimentos e práticas sustentáveis. Como sociedade, necessitamos defender que o controle da água não seja submetido aos interesses do capital. 

A gestão deste bem está diretamente relacionada ao exercício da cidadania, e a sobrevivência da humanidade no planeta.

 Por: Arnaldo Dutra.

sexta-feira

O boom do emprego verde

A busca por um modelo sustentável de sociedade está mobilizando nações dos quatro cantos do planeta. Na Rio+20, conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, a economia verde está no centro das principais discussões.

 Como tornar os processos produtivos mais inclusivos, tanto social com ambientalmente, fazendo com que fatores essenciais ligados à sustentabilidade socioambiental passem a ser considerados? Ainda há dúvidas se a Rio+20 conseguirá estabelecer acordos e compromissos concretos. Mas é certo que o tema irá mobilizar, cada vez mais, empresas, organizações e poder público. Esse cenário aponta para uma clara tendência de valorização dos chamados empregos verdes, criando boas perspectivas para os profissionais capazes de auxiliar esses atores a atuarem de forma mais sustentável nessa nova dinâmica socioeconômica.

A Iniciativa Verde, ONG que reúne especialistas da ONU e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima que 60 milhões de empregos verdes sejam gerados em todo o mundo nos próximos 20 anos. E segundo dados da OIT, 1,5 bilhão de pessoas será afetada pela economia verde. Ou seja, metade da força de trabalho global. Uma boa notícia para os profissionais que se identificam com esse tema e estão dispostos a direcionar suas carreiras para atender a essa demanda crescente.

 O emprego verde pode abranger diferentes profissões exigindo, porém, especialização na área ambiental. Matéria recente publicada na Folha de São Paulo apontou as dez carreiras mais verdes, que devem registrar grande crescimento nos próximos anos.

 São elas: advogado ambiental, contabilista, especialistas em energias renováveis, urbanistas, designer de produtos sustentáveis, diretor de relações com investidores, técnico em meio ambiente, coordenador de tratamento de água, gestor de sustentabilidade e engenheiro ambiental e sanitário.

Com os projetos que chegam a Pernambuco (Suape, Montadora da FIAT e outras grandes empresas e indústrias), algumas dessas profissões serão imprescindíveis ao mercado. O advogado ambiental, por exemplo, deverá ser uns dos profissionais solicitados para adequar o impacto produzido por esses projetos à legislação que versa sobre a defesa do meio ambiente.

Outra área que vai se destacar ainda mais é a dos engenheiros civis. O aumento no número de obras e de construções que adotam princípios verdes carece de especialistas em desenvolver formas de construção e ocupação do espaço urbano menos agressivas ao meio ambiente. Os urbanistas, então, nem se fala! É visível a necessidade de projetos que melhorem a mobilidade urbana.

Além das boas perspectivas de crescimento, as profissões sustentáveis também chamam a atenção pelos bons salários, que podem ser expressivos, dependendo da ocupação, da competência e do tempo de carreira. Embora tentador, vale ressaltar que isso não quer dizer que trabalhar com atividades ligadas ao meio ambiente sirva para todos.

É preciso analisar se o jovem tem um perfil compatível. Ou seja, se está inserido no seu cotidiano o interesse pelas questões ambientais, a preocupação com o ecossistema e a preservação do meio ambiente. Também é importante que escolas, faculdades e universidades estejam atentas a essa nova realidade, preparando-se para formar os novos profissionais verdes. Isso passa não só pela oferta de cursos e especializações capazes de oferecer uma formação técnica de qualidade, mas também pela incorporação dos conceitos de desenvolvimento sustentável e economia verde em todo o processo educacional, desde a educação infantil.

 Estamos diante de uma mudança não apenas econômica, mas de um modelo de sociedade, com novos padrões de comportamento e consumo, visando tornar o planeta sustentável para as futuras gerações.

Esse processo exige a participação de todos: escolas, empresas e a própria sociedade civil.

 Por: Por Sílvia Gusmão.

Alerta geral para o Código Florestal

A intransigência da bancada ruralista na Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 571 (do Código Florestal), impõe que se faça um alerta à sociedade brasileira: mantido este comportamento, não haverá outro caminho, senão a defesa de um novo veto presidencial. Contudo, uma nova Medida Provisória só poderá ser editada no ano que vem. Assim, neste interregno, teremos um vazio jurídico. É o pior dos mundos. Mas é nele que apostam os ruralistas. Uma legislação débil, cheia de brechas levaria o confronto para o âmbito dos tribunais onde os ruralistas têm sobradas razões para acreditar que prevalecerá a força do poder econômico e dos seus advogados caríssimos. Mas e os milhões de agricultores familiares que a MP de Dilma protege, mas que poderão ficar sem regras justas e claras para recomporem suas áreas de preservação permanente e reservas legais? E que poderão ficar alijados dos avanços estruturais que a nova lei poderá propiciar?... Sim, o momento requer urgente mobilização social. Só isto será capaz de brecar a insaciabilidade do ruralismo brasileiro. Na sessão do último dia 8 de agosto, a Comissão Mista iniciou o processo de votação dos destaques dos deputados e senadores ao texto da MP. Depois de muito diálogo, conseguimos reduzir de 343 para 38 o número de destaques. Nesta primeira sessão, votamos apenas cinco e, destes, pelo menos dois aprovaram conteúdos extremamente danosos ao meio ambiente. O primeiro, desobriga a manutenção das proteções vegetais dos rios e cursos d’água naturais que são intermitentes, ou seja, aqueles que não têm água corrente o ano todo. Ora, boa parte dos rios do Nordeste e dos igarapés da Amazônia são intermitentes, daí que aprovou-se uma autorização para a retirada das matas ciliares o que promove mais desmatamento e afeta a proteção das águas. No cerrado brasileiro, onde nascem os rios que formarão as bacias do Araguaia e do Tocantins e outros que ajudam na formação dos principais rios nordestinos, como o São Francisco, estão inúmeros rios intermitentes. O que foi aprovado nos autoriza afirmar: a seca, tragédia que marca a história de milhares de brasileiros, especialmente no Nordeste, ceifará ainda mais vidas. Pobre “velho Chico”... O segundo destaque, de novo proposto e aprovado pela bancada ruralista, autoriza a supressão do conceito de área abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada. Uma propriedade, para cumprir com sua função social, precisa, além de atender aos índices de produtividade, que as terras sejam exploradas de forma racional e adequada. O artigo 28 da Lei 12.651 impede novos desmatamentos para propriedades que contenham áreas abandonadas. Acabar com o conceito é garantir que se poderá desmatar tranquilamente novas áreas, mesmo que na propriedade, se utilize outras de forma inadequada e irracional ! Assim, a suspensão da reunião da Comissão Mista, decisão que tomei após quase dez horas de debates, apenas estancou um rito de votações que têm pela frente outras propostas dos ruralistas e que, igualmente, agridem o meio ambiente, afetam a proteção dos mananciais e promovem a anistia das multas já aplicadas. Tome-se, por exemplo, o destaque que propõe alterar o conceito de veredas, que são mananciais de água e de ocorrência de vegetação própria. Nas veredas estão resguardadas parte da produção de água que irão alimentar os rios. Mas não é só isso; outro destaque propõe a instalação de reservatórios para irrigação e aquicultura nas áreas de preservação permanente, promovendo mais desmatamento. E ainda mais: há destaque para anistia de multas já aplicadas aos desmatadores e que tornam inválidos os termos de ajustamento de conduta firmados com os órgãos ambientais, sob a mediação do Ministério Público. Por fim, querem suprimir os mecanismos de controle e fiscalização da origem dos produtos florestais, como a madeira e o carvão. Sinto que devo alertar a sociedade brasileira na tentativa de conter o “liberou geral” que os ruralistas desejam, afrontando a lei, colocando-se contrários às medidas promovidas pela presidenta Dilma e avançando sobre o meio ambiente com voracidade. Temos pouco tempo. No dia 28 de agosto retomaremos as votações.

Por. Elvino Bohn Gass.

sábado

Metade dos brasileiros consome água sem se preocupar com desperdício

No entanto, 80% reconhece que poderá ter problemas de fornecimento no futuro Uma pesquisa realizada pela ONG internacional WWF cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira apontou que 48% dos brasileiros reconhece que consome água sem se preocupar com o desperdício e 30% afirma demorar mais de dez minutos no banho. Além disso, 45% admite que não adota nenhuma medida que possa reduzir o consumo de água, como a de fechar a torneira enquanto escova os dentes. Diante desse consumo sem controle, 80% dos brasileiros reconhece que poderá ter problemas de fornecimento de água no futuro, e 68% admite que o desperdício será a principal causa do problema. Segundo a pesquisa, que a WWF encomendou ao Ibope e que em novembro do ano passado ouviu 2.002 pessoas em 26 estados, o brasileiro não só admite que desperdiça água mesmo estando consciente que têm que economizar, mas também não coloca em prática medidas que conhece e que ajudariam a reduzir o consumo.

O mais grave é que uma pesquisa parecida realizada há cinco anos mostrou que a preocupação era maior naquela época. Em 2006, apenas 37% disse consumir água sem se preocupar com o desperdício e 18% admitiu demorar mais de dez minutos no banho. Segundo o coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas, uma pessoa gasta 100 litros de água em um banho de dez minutos. Embora a agricultura consuma 70% da água usada no país, o 81% dos entrevistados considera que os maiores consumidores são a indústria e as residências. A pesquisa mostrou, além disso, que 67% das residências brasileiras enfrenta algum tipo de problema por falta de água e que o recurso já é pouco em 29% dos domicílios da região Nordeste. Segundo dados da ONG, o consumo médio de água do brasileiro é de 185 litros diários por habitante, abaixo do europeu (200 litros), mas muito superior ao de regiões em que o recurso é pouco, como o próprio Nordeste (100 litros) e África Subsaariana (menos de 50 litros).

Agência EFE.

quarta-feira

Mirtilo, a fruta da longevidade!



Na busca de uma melhor saúde e aumento da longevidade, com qualidade de vida, buscam-se novos alimentos com propriedades que atendam esses anseios. Assim, ao longo dos últimos anos, várias frutas têm sido enaltecidas pelas suas propriedades medicinais ou nutricêuticas, como a acerola, a maçã, a romã o limão, a uva, e agora, o mirtilo. O mirtilo é uma fruta conhecida internacionalmente como “blueberry”, a fruta azul, indicada como alimento altamente saudável. A cultura é originária dos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. Foi introduzida na América do Sul e cultivada principalmente no Chile, Argentina e Uruguai. No Brasil, foi introduzida, pela Embrapa Clima Temperado, de Pelotas-RS, em meados dos anos 80 e os primeiros cultivos comerciais foram realizados em Vacaria, a partir de 1990. Atualmente, são cultivados aproximadamente 17 ha de mirtilo, por aproximadamente 45 produtores de Vacaria. Nos últimos anos, a fruta de mirtilo assume importância comercial cada vez maior, não apenas pelo seu sabor exótico da polpa (doce- ácido a ácido), mas, por estar havendo uma ampla divulgação da utilização das frutas como "fonte da longevidade", devido à sua composição nutricional e funcional. O mirtilo pertence à família Ericaceae, a mesma da azaléia. Há muitas espécies de mirtilo, sendo que as principais espécies com expressão comercial são divididas em três grupos, de acordo com o genótipo, hábito de crescimento, tipo de fruto produzido e outras características. As práticas de manejo são diferenciadas para cada um dos grupos, desde a produção de mudas até a colheita e utilização das frutas. A cor da fruta é azul, semelhante a uva e a jabuticaba, sendo por isso rica em antocianina, uma das substâncias mais importantes na saúde humana. O fruto é uma baga de cor azul escura quando madura, com muitas sementes, coberta por cera, de formato achatado, coroada pelos lóbulos persistentes do cálice e com aproximadamente 1 a 2,5 cm de diâmetro e com peso de 1,5 a 4 g. Por isso, normalmente é referido como pertencente ao grupo das frutas vermelhas, ao lado de framboesa, amora-preta e morango. Nas condições de Vacaria, a colheita de frutas é realizada de novembro a fevereiro, dependendo do cultivar/grupo cultivado. A frutificação ocorre nos ramos de um ano de crescimento. A maturação é desuniforme, exigindo colheita diária, de forma cuidadosa pois é uma fruta sensível ao dano mecânico. A fruta do mirtilo não é tão sensível como as demais pequenas frutas (morango, amora-preta, framboesa) conservando-se, sob condições de prateleira, de sete a dez dias e em condições de câmara fria, de trinta a quarenta dias. A colheita se realiza com intervalos de quatro a sete dias dependendo das condições climáticas e do estádio de maturação do fruto. As frutas podem ser consumidas "in natura" ou após processamento por congelamento, desidratação, enlatamento ou fabrico de geléias, conservas em polpas e licores. As características ornamentais do mirtilo contribuem para que esta seja uma alternativa adicional de utilização. No Canadá é comum seu cultivo em jardins como motivo paisagístico, além da produção de frutas.. As frutas de mirtilo são ricas em vitaminas A, B e C, de antocianina e flavonóides. Por isso apresentam vários efeitos biológicos benéficos no ser humano, incluindo ação antioxidante, anti-carcinogênicos (inibição da indução química de câncer) e funcionamento cardiovascular. Os benefícios à saúde humana pelo consumo de mirtilo devem-se especialmente a presença de compostos fenólicos, como os flavonóides e ácidos fenólicos. Os efeitos antioxidantes eliminam os radicais livres, cujo acúmulo promove o envelhecimento dos tecidos, pelos danos provocados nas membranas e interferindo na estrutura de moléculas biológicas como DNA, fosfolipídios e proteínas. Produzem também ação anti-inflamatória, melhoram a circulação do sangue, reduzem o colesterol ruim (LDL) e favorecem a saúde dos olhos. A fruta também é dotada de ácido elágico, substância que tem sido estudada em diversos países por possível propriedades inibidoras contra a replicação do vírus HIV, transmissor da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). 

terça-feira

Sociedade ambiental X Pseudotradições


Atualmente vivemos em uma sociedade por vezes considerada ambivalente, sob a análise dos mais renomados pensadores contemporâneos ou pós-modernos. Algumas pessoas tentam de maneira frustrada coadunar o pensamento de proteção do ambiente e, aqui compreendidos todos os seres vivos, com práticas reiteradamente consideradas objeto de reprovação por parcela majoritária da sociedade atual. Aqui especificamente trataremos das práticas chamadas muitas vezes de tradição ou pasmem, Cultura por alguns não menos importantes personagens de nossa vida cotidiana. E, então afinal que prática é essa? O debate que se pretende nesse ensaio é acerca das constantes agressões que seres vivos sofrem em nome de Pseudo-tradições, que em verdade se refletem em práticas primitivas e não históricas, que não podem ser recepcionadas por qualquer sociedade considerada civilizada e, muito menos por aqueles que pretendem alcançar a condição de sociedade ambiental. Os exemplos são muitos, dessa forma, neste texto não há espaço suficiente para pormenorizar cada conduta granjeada de um sentimento de desprezo pela vida do outro ser. Todavia, é necessário, com vistas à melhor esclarecer e promover o debate em torno do tema, se utilizar de exemplos que a todo o momento são encontrados nos noticiários, como as touradas, rinhas de cães e galos e, a tão combatida pelos grupos ambientalistas, farra do boi. Os defensores dessas práticas argumentam em sua maioria que se trata de tradições de décadas ou até mesmo séculos e que o sofrimento impingido aos animais é controlado ou até mesmo inexistente, mas é notório que por menor que seja a parcela de dor que aquele ser vivo está sofrendo não se justifica para a mera diversão de um grupo de pessoas. Tradições são e devem ser respeitadas, porém não podemos incorrer em erros que nossos antepassados incidiam por sua ignorância ou desconhecimento, fruto latente dos seus estágios de evolução. Nossa sociedade pôde analisar de maneira detalhada o passado, pois evoluímos muito nas últimas décadas, o que nos garante uma condição ainda mais privilegiada em relação aos demais animais que nos cercam. E, então qual o motivo da repetição de comportamentos que não coadunam com nosso estágio evolutivo? Um grande exemplo de adaptação foram alguns rodeios que por intervenção do Poder Público passaram a não se utilizar de meios que possam ferir ou causar sofrimentos aos animais. Dessa forma, vê-se preservadas as tradições, afinal, cultura não é caracterizada por práticas violentas e ignóbeis, mas têm sentido e significado em síntese de cuidar ou ter cuidado. Este cuidado se reflete em nossas atitudes com todos os seres vivos, mesmo que outrora tenham sido objetalizados. De certo é que podemos acompanhar incessantemente que nas mais diversas espécies animais o comprometimento e o afeto com os humanos são notáveis e, são igualmente comuns os atos de heroísmo em defesa do seu amigo humano, mas por mais comum que sejam essas condutas, muitas pessoas negam e pensam que os animais são meras coisas das quais podemos nos servir quando necessário, inclusive para diversão torpe e fútil. Esse é apenas o começo de um grande debate, pois nossa sociedade também é responsável por práticas tão ou mais abjetas que as pseudo-tradições, tudo em nome da economia, da moda, da beleza ou simplesmente do status. Porém esse é campo para outras discussões, mas o que fica é a reflexão de uma dignidade da vida e não apenas do ser humano. Uma dignidade ambiental para uma sociedade ambiental. 

domingo

Indios vendem direitos sobre terras na Amazônia



Por US$ 120 milhões, índios da etnia mundurucu venderam a uma empresa estrangeira direitos sobre uma área com 16 vezes o tamanho da cidade de São Paulo em plena floresta amazônica, no município de Jacareacanga (PA). O negócio garante à empresa "benefícios" sobre a biodiversidade, além de acesso irrestrito ao território indígena.

No contrato, ao qual o Grupo Estado teve acesso, os índios se comprometem a não plantar ou extrair madeira das terras nos 30 anos de duração do acordo. Qualquer intervenção no território depende de aval prévio da Celestial Green Ventures, empresa irlandesa que se apresenta como líder no mercado mundial de créditos de carbono.

Sem regras claras, esse mercado compensa emissões de gases de efeito estufa por grandes empresas poluidoras, sobretudo na Europa, além de negociar as cotações desses créditos. Na Amazônia, vem provocando assédio a comunidades indígenas e a proliferação de contratos nebulosos semelhantes ao fechado com os mundurucus. A Fundação Nacional do Índio (Funai) registra mais de 30 contratos nas mesmas bases.

Só a Celestial Green afirmou ter fechado outros 16 projetos no Brasil, que somam 200 mil quilômetros quadrados. Isso é mais de duas vezes a área de Portugal ou quase o tamanho do Estado de São Paulo. A terra dos mundurucus representa pouco mais de 10% do total contratado pela empresa.

"Os índios assinam contratos muitas vezes sem saber o que estão assinando. Ficam sem poder cortar uma árvore e acabam abrindo caminho para a biopirataria", disse Márcio Meira. "Temos de evitar que oportunidades para avançarmos na valorização da biodiversidade disfarcem ações de biopirataria", reagiu a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

O principal executivo da Celestial Green, Ciaran Kelly, afirma que todos os contratos da empresa com comunidades indígenas passam por um "rigoroso processo de consentimento livre, prévio e informado", segundo normas internacionais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado

sábado

Gestão ambiental: maior proximidade, maior proteção


Sancionada em dezembro pelo governo federal, a Lei Complementar nº 140 regulamenta as atribuições da União, estados e municípios na proteção do meio ambiente. A Lei de Competências Ambientais retira as funções exclusivas da União, estabelecendo a descentralização das políticas ambientais. Com ênfase na gestão ambiental compartilhada, oportuniza a qualificação do controle ambiental local que, antes de ser um dever, é um direito da municipalidade, conhecedora do que é importante para sua comunidade e para o crescimento econômico em harmonia com a preservação da biodiversidade.

O RS produziu nomes de envergadura internacional na luta pelo ambiente. José Lutzenberger e Henrique Roesller foram homens muito à frente do seu tempo, que defendiam a natureza quando sequer havia legislação que amparasse seus atos. O estado segue dando exemplo: é referência no Brasil na gestão ambiental local com 293 municípios qualificados. E o fazem com seriedade, já que para assumirem o gerenciamento ambiental necessitam de requisitos como Plano Diretor Ambiental, Conselho Municipal (formado pelo governo e sociedade civil), Fundo Municipal de Meio Ambiente e órgão com equipe técnica habilitada.

Aos críticos deste modelo, lembro que os municípios têm se capacitado para assumir todos os serviços: habitação, transporte, obras, saúde, segurança, educação, saneamento etc. Por que seria diferente com o ambiente? Afinal, há engenheiros florestais e ambientais, biólogos, geólogos e outros profissionais que exercem atividades afins com a preservação. Da mesma forma, a atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente garante para que não haja a sobreposição de interesses políticos aos interesses e controle ambientais, razão primeira da gestão local.

Como secretário estadual do Meio Ambiente (2009/2010) incentivei o compartilhamento do poder com a sociedade, baseado na perspectiva de que todos os gaúchos são, potencialmente, agentes preservacionistas. Este trabalho resultou em mais municípios capacitados à gestão ambiental. Criamos condições para que o setor produtivo exerça seu papel na construção de compatibilidades entre o desenvolvimento e a proteção ambiental. A Lei 140 consolidará o que já era prática no RS.

Cabe aos demais municípios buscar o direito de cuidar do ambiente e estabelecer as políticas apropriadas às suas particularidades sempre com a compreensão de que não há outro tempo, tampouco outra maneira para a proteção ambiental, senão a do envolvimento diário.


Berfran Rosado.

segunda-feira

A formação do caráter da criança e a preservação ambiental


A disposição incorreta dos resíduos gerados pela nossa sociedade tem se mostrado um problema grave. E aqui não tratamos da questão dos lixões abarrotados ou da falta de coleta em diversos pontos de nossa cidade. Falamos daqueles que jogam seus resíduos em terrenos abandonados, que largam o sofá velho no meio da calçada ou jogam o papel de bala no chão. É difícil encontrar um ponto da cidade em que as ruas não estejam cheias de lixo, mesmo com as diversas lixeiras espalhadas pelas calçadas.

Uma grande preocupação é o fato de toda criança se espelhar em um adulto para moldar suas ações e seu caráter. Ao crescer num ambiente sujo e poluído e presenciar as ações dos adultos em detrimento desse ambiente, as crianças assumem a situação e o comportamento como padrão, imitando e contribuindo ainda mais para a perpetuação dessa condição. Pensando na nossa responsabilidade em relação à educação dessas crianças surgiu o projeto “Brincar e Reciclar é Cooperar”. Baseado na ideia de que a reciclagem, a cooperação e o cuidado com o meio ambiente são essenciais para o bom desenvolvimento da formação da criança, o projeto busca, por meio de atividades lúdicas, trazer a questão da reciclagem e a preocupação com a qualidade do meio ambiente para o seu dia-a-dia. Desde seu início, em 2008, o projeto já atendeu a mais de 10 mil crianças, sendo que, somente esse ano, já ultrapassamos os 4 mil participantes.


As atividades se iniciam com uma peça teatral interativa que aborda diversas questões sobre a temática da preservação ambiental, como: destinação correta do lixo, reciclagem, coleta seletiva, consumo consciente, higiene, entre outras práticas sociorresponsáveis. Em seguida, são oferecidas oficinas variadas. Entre elas, podemos citar a oficina de construção de brinquedos a partir de materiais recicláveis e a oficina de construção de terrário. A primeira trata diretamente da questão da geração e disposição dos resíduos. Utilizando materiais como embalagens, retalhos de papel, varal, entre outros, as crianças dão vida a brinquedos que podem ir desde uma boneca a um jogo matemático. Já a segunda oficina trata da importância da preservação do nosso ambiente e da manutenção dos ciclos naturais para o funcionamento do nosso planeta.


Um aspecto importante abordado nas oficinas é o consumo consciente. Muitas vezes, o consumo é ligado apenas ao ato da compra, mas essa é apenas uma etapa da ação. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta. Ele também reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si mesmo, mas também sobre as relações sociais, a economia e a natureza.


Por meio das oficinas, trazemos a questão do consumo consciente para a realidade das crianças. Tratamos da importância dos atos delas para a sustentabilidade, uma vez que, desde cedo, consumimos diversos bens e serviços. Além disso, apresentamos a reciclagem como uma alternativa sustentável ao consumo desenfreado, colaborando com a redução do uso de recursos do nosso planeta.


E é dessa forma, com diversão, educação e bons exemplos, que pretendemos comemorar o Dia das Crianças. Durante o mês de outubro, levaremos o projeto para diversos municípios, atendendo a cooperativas, as escolas e à comunidade. É nosso objetivo mostrar que brincando e reciclando as crianças podem cooperar com a melhoria da qualidade do nosso ambiente. Sabemos que uma iniciativa local não é capaz de impactar o mundo inteiro. Mas acreditamos que, se cada um se preocupar em preservar e manter o pouco que temos à nossa volta, é possível, a partir de iniciativas individuais, alcançar um resultado global.


Por: Mayara Cristiane Ribeiro e Cristiane Claro.

Programas como este deveriam ser seguido por todas as escolas do Brasil.
Parabéns as idealizadoras e que isso se propague por todos os lugares.

sexta-feira

Natureza e cultura


Sempre vi tucano em zoológico, comendo elegantemente frutas. Com a ponta do bico amplo e levemente arqueado, segura o pedaço de mamão e joga-o para o ar, apanhando-o à descida, com o bico já aberto. Simpático e bonito, este bicho, apesar de um pouco desengonçado, talvez pelo bico tão grande em relação ao corpo.
Porém, recentemente, observando tucanos livres na copa do pinheiro araucária em um Parque Estadual do sul do Brasil, descobri que eles também comem carne, quando vi um deles com um filhote de passarinho no bico.

Compartilhando com a bióloga do Parque a minha estranheza, ela informou que bandos de tucanos costumam espantar os pais de pássaros que alimentam os filhotes em seus ninhos para atacar os recém nascidos, indefesos. Segundo disse-me, ao assistir esta cena, os tucanos a constrangeram tanto que passou a gostar menos deles, em seu sentimento de defensora da natureza, dos bichinhos indefesos e dos oprimidos.

Neste sentimento um componente cultural se interpôs ao natural, que é naturalmente o tucano fazer parte de uma cadeia alimentar, em que na condição de onívoro, ocupa as posições de herbívoro e carnívoro, sendo, portanto, consumidor primário e secundário. Mas o nosso olhar ético, e até estético, gostaria de não enxergar animal tão simpático e bonito, invadindo lares alheios, roubando o que mais é valioso aos pais e dilacerando presas que sequer compreendem o que está acontecendo.
Já em relação a nós humanos civilizados, damos um desconto, aceitando mais facilmente comer um churrasco de boi, mesmo suspeitando que ele tenha sido sangrado vivo para não coagular o sangue em sua carne saborosa, ou que, dias antes de ser morto, fez jejum forçado, já que as últimas ingestões de capim e farelo não mais se transformam em carne, para venda.

Mas, voltando ao ambiente que chamamos de natural, me vem a pergunta: onde está a harmonia da natureza, na qual reconhecemos o equilíbrio e a justeza da vida, onde cada espécie tem um lugar nobre e deve ser defendida em seu direito intrínseco de existência? Com certeza está na relação das abelhas com as flores, que trocam néctar por polinização, mas também dentro da colméia, quando todas as larvas de pré-rainhas (inicialmente bem alimentadas no favo com geléia real na potencialidade de vir a ser rainha) são mortas após a primeira virar adulta, para substituir uma rainha moribunda ou fundar uma nova colméia. Está também na relação entre o carcará e o mocó na Caatinga, aparentemente negativa para a presa mocó e positiva para o carcará predador.

Isso porque a simbiose, o comensalismo, o parasitismo e o predatismo, são faces do mesmo equilíbrio, onde a evolução de uma espécie não se dá sozinha, mas na relação com as outras. Onde os fluxos materiais e energéticos acontecem por múltiplos caminhos, mesmo que um indivíduo coma o outro, garantindo assim, o equilíbrio das populações e o ciclo biogeoquímico.

A natureza em si, é desprovida de ética - porque esta é cultural, humana - mas se aperfeiçoa na evolução darwiniana, tendendo a formar sistemas naturais mais complexos e estáveis, à medida que coevoluem.

Quanto a nós humanos, a questão se diferencia. Nós quebramos o paradigma da evolução darwiniana, onde a domesticação das plantas e animais, o desenvolvimento da medicina e o caráter preditivo dos eventos extremos, nos dão a oportunidade de não mais seguirmos os caminhos da seleção natural.
Isto em conseqüência da cultura, entendida como apropriação dos elementos naturais pelo poder da análise e da tecnologia, que nos situa como manipuladores da natureza como um todo. O que nos coloca em outra condição, reconhecidamente antropocêntrica, que nos conduz a exigências éticas (individuais) e nos impõe regras morais (pela sociedade). Sem falar nas implicações estéticas e sentimentais.

Temos, portanto, responsabilidade ética, moral, estética e sentimental, de respeitarmos os processos naturais enquanto garantidores da evolução dos outros seres vivos, e ao mesmo tempo, respeitarmos e valorizarmos a diversidade cultural, de pensamento e de criação, desde que esta não inflija perdas dos valores anteriores.


Por Ricardo Braga.

quinta-feira

“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas”


“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas” - Johann Goethe

Meio ambiente é o conjunto de forças e condições que afetam diretamente o metabolismo ou o comportamento dos seres vivos e das espécies em geral. É formado por fatores abióticos, como clima, luz, ar, água, solo e energia; por fatores bióticos, como a flora e a fauna; e pela cultura humana e seus paradigmas – valores filosóficos, políticos, morais, científicos, artísticos, sociais, econômicos, religiosos, o modo de vida em sociedade e a educação. A constante interação evolucionária desses fatores forma o meio ambiente.

As florestas e os oceanos funcionam como os pulmões do planeta, inalam dióxido de carbono e exalam oxigênio, que atua como o sangue do sistema Terra. A água é o ciclo hidrológico da vida humana e terrestre e existe na mesma proporção nos dois corpos. A superfície terrestre é como uma pele humana, uma camada pouco espessa, porém essencial. Essa pele parece ser fina e frágil, mas protege o planeta por ela coberto. Em analogia com a pele humana, é também o maior órgão do sistema terrestre e desempenha complexas funções de proteção, interagindo com a atmosfera volátil e com a terra que envolve. Esses itens vitais à vida estão doentes e necessitam de intervenção para uma breve recuperação.

O aumento populacional exponencial e o grande consumo de energia após a Revolução Industrial, mormente nos países desenvolvidos, provocaram agressões antropogênicas ao meio ambiente que, em contrapartida às mudanças naturais, ocorreram em pouco tempo, em décadas, e deixaram muitas sequelas. A capacidade de absorção de agressões ambientais do planeta, quando ultrapassada, provoca grandes catástrofes. É difícil conhecer com precisão os limites dessa capacidade, dada a complexidade de variáveis envolvidas, fazendo-se necessário, então, adotar uma postura de precaução que poupe os recursos naturais.

A sustentabilidade ambiental é um dos três maiores desafios mundiais, juntamente ao subdesenvolvimento e à segurança. A melhoria da qualidade do meio ambiente e a preservação das fontes de recursos energéticos e naturais para as próximas gerações é obrigação de todos os habitantes do planeta. Em tempo de guerra, aceita-se sem questionar a mais severa das privações e oferece-se prontamente até mesmo a vida em sacrifício, mas parece que, diante desse problema tão sério, a humanidade ainda vive em um mundo onírico. O planeta Terra está em desequilíbrio ambiental, enfermo e com sua progênie comprometida. À medida que o ser humano emporcalha o ar e confunde ecossistemas naturais, o passivo ambiental só se faz aumentar.

Os caminhos que levaram civilizações ao fracasso ou à ascensão e ao declínio estiveram vinculados às mudanças climáticas, majoritariamente provocadas por ações humanas de devastação florestal, que provoca processos erosivos no solo, e pelo uso intensivo de recursos naturais, sem o necessário tempo de restauração dos ecossistemas.

O ser humano possui a capacidade de racionalizar as questões, assimilá-las e, com a experiência anterior, encontrar soluções baseadas em observações próprias. Essas observações devem ser utilizadas para se construir toda uma sequência lógica, apta a superar uma determinada dificuldade, e, depois disso, transmitir a experiência adquirida para novas situações, formando uma cadeia de progresso que solidifica o grupo, tornando-o apto e forte para enfrentar novos desafios.

A sustentabilidade ambiental clama pela construção de novas regras, que estão lentamente tomando corpo por todo o mundo. Com a crescente conscientização ambiental, a sociedade organizada, de olho no passado, deve evitar seus erros e tomar as lições positivas como alicerces de convívio futuro, em busca da construção de uma sociedade sustentável.

O maior desafio com relação à água não está diretamente ligado ao aquecimento global, mas sim ao vultoso desperdício e à distribuição das bacias hidrográficas, abundantes, porém desiguais, com relação à distribuição da população: o Brasil possui 12% de toda a água doce do mundo, e tão somente a Amazônia concentra 73,6% desse volume. O crescente processo de urbanização provocou aumento da demanda por água de uso doméstico, e a poluição causada pelos detritos lançados nos rios e lagos prejudicou o tratamento e o sistema de saneamento. Faz-se necessário investir em educação ambiental no trato da água, em redes de distribuição de água potável limpa e saneamento básico. Isso garantirá que 3 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) tenham acesso a esse produto essencial à vida.

O Brasil tem enorme potencial para participar de forma ativa e em posição de destaque na batalha global contra as mudanças climáticas. Possui uma posição privilegiada entre os países mais desenvolvidos do mundo e atingiu esse patamar sem emitir o montante de GEE, originários dos combustíveis fósseis, de outros países industriais.

Apesar de também causarem impactos ambientais de amplitude e emitirem GEE, as usinas hidrelétricas produzem energia relativamente limpa, que responde por grande parte da matriz energética brasileira. Deve-se sempre comparar os benefícios que a energia pode trazer versus os custos sociais e ambientais de sua geração.

Sustentabilidade ambiental significa a manutenção dos estoques da natureza, a garantia de sua reposição por processos naturais ou artificiais. Significa a busca pelo equilíbrio, pela capacidade regenerativa da natureza ou, ainda, pela capacidade de suporte dos ecossistemas, de sua resiliência.

O crescimento econômico sustentável neste século, juntamente ao incremento da qualidade de vida de todos os habitantes do planeta, só é possível se comunidades cooperarem e participarem ativamente com mudanças de atitude e valores. Dessa forma, pode-se criar um novo paradigma ambiental, com o uso bem planejado e eficiente dos limitados recursos ambientais energéticos e também do desenvolvimento de novas tecnologias e fontes de energia renováveis em prol da criação de uma sociedade sustentável.


Rodnei Vecchia.