terça-feira

Água para todos: uma meta para o milênio


No primeiro semestre de 2012, tivemos a notícia que o mundo alcançou antes do prazo a meta de reduzir pela metade a quantidade de pessoas sem acesso à água potável. O resultado foi divulgado pelo relatório "Progressos sobre Água Potável e Saneamento 2012", publicado em parceria pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef. Ampliar este número até 2015 era um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), traçado pelas Nações Unidas.

 Conforme a pesquisa apresentada, na última década mais de dois bilhões de pessoas conseguiram acesso a fontes de água potável. Ao final de 2010, 89% da população mundial, 6,1 bilhões de homens e mulheres, haviam alcançado este direito. Apesar dos índices positivos, vemos também que 783 milhões de humanos ainda estão fora desta porcentagem. E ainda mais alarmante é a disparidade entre países e classes sociais.

 Na América Latina, 90% das pessoas têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água, 31% a mais do que na África Subsaariana. O grande desafio encontrado é garantir água de qualidade às regiões mais pobres e aos menos favorecidos. No Rio Grande do Sul, temos um cenário positivo, com 98% da população urbana abastecida por água tratada de qualidade. Além de uma extensa cobertura, possuímos a dádiva de contar com um precioso patrimônio da humanidade no nosso subterrâneo, o Aquífero Guarani. Porém ainda assim, nos deparamos com as zonas mais necessitadas sofrendo com a falta deste bem. 

Na primeira semana de outubro, nosso Estado terá a oportunidade de debater estas importantes questões. Do dia 29 de setembro a 06 de outubro, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes-RS), com o apoio de mais de 800 entidades, realiza a Semana Interamericana da Água. O objetivo do movimento, realizado em diversos municípios gaúchos, é justamente conscientizar a população para a forma como nós gerimos os recursos hídricos disponíveis. Neste período, proponho uma reflexão sobre nossa relação com a água. 

Quais as atitudes que tomaremos para tornar o acesso à água potável universal? Como indivíduos podemos implementar atitudes responsáveis, como evitar o desperdício e contribuir com a destinação correta de nossos resíduos. Como poder público, devemos garantir políticas permanentes de investimentos e práticas sustentáveis. Como sociedade, necessitamos defender que o controle da água não seja submetido aos interesses do capital. 

A gestão deste bem está diretamente relacionada ao exercício da cidadania, e a sobrevivência da humanidade no planeta.

 Por: Arnaldo Dutra.

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