quarta-feira

Cobras ajudaram a moldar evolução do homem, diz estudo


Dois cientistas americanos cotejaram uma massa impressionante de dados para mostrar que o embate entre cobras e primatas ajudou a moldar a evolução humana.
A situação é mais complicada do que o clichê ofídios malvados, humanos picados. O estudo, na revista PNAS, sugere que as serpentes interagem de três jeitos com primatas como nós: como predadoras, competidoras e presas.

A hipótese é de Thomas Headland, do Summer Institute of Linguistics, e Harry Greene, da Universidade Cornell. Headland, antropólogo, reuniu relatos do povo agta, caçadores-coletores das Filipinas que, nos anos 1970, ainda tinham estilo de vida parecido com o dos primeiros Homo sapiens.Um dos vizinhos dos agtas é a píton-reticulada, cujas fêmeas ultrapassam os sete metros e têm quase 100 kg. Mais de um quarto dos homens agtas foi atacado pelos répteis ao longo da vida.

As pítons se banqueteiam com animais caçados pelos agtas, como porcos-selvagens. E, quando podem, os caçadores-coletores devolvem a gentileza, comendo as serpentes. A situação é a mesma com primatas não humanos. Dezenas de espécies do nosso grupo de mamíferos são comidas por cobras e também devoram serpentes quando têm chance, além de capturar animais que fazem parte do menu dos ofídios.

Para os pesquisadores, isso indica que a interação com esses répteis foi importante na evolução humana. Não duvido que haja uma herança genética que explique a interação entre primatas e serpentes, mas, no caso da nossa espécie, acredito que o fator cultural prevaleça, em especial a ignorância sobre elas, diz Henrique Caldeira Costa, da Universidade Federal de Viçosa.

O especialista em répteis lembra que não há comprovação de mortes causadas por sucuris, maiores cobras brasileiras. É possível que uma sucuri devore um humano? Sim, mas o risco é pequeno.
Por: Folhapress.

quinta-feira

O papel das florestas na vazão dos rios


A relação floresta/infiltração reduz as enxurradas nos períodos chuvosos
Geralmente, no período chuvoso, as pessoas ficam temerosas com inundações provocadas pela grande vazão dos rios. Já durante a estiagem, a preocupação é com a escassez de água, que reduz a disponibilidade de captação para abastecimento doméstico, industrial e irrigação. Nessas ocasiões costuma-se lembrar da importância das florestas e dos riscos gerados pelo desmatamento.

Embora a principal responsável pela presença ou ausência de água nos rios seja a própria chuva, pela sua precipitação ou não, as florestas desempenham importante papel no regime de vazão, tanto nos pequenos riachos, quanto nos grandes rios.

Isto se deve a vários fatores, mas, principalmente, a dois: infiltração e escoamento superficial da água. A formação arbórea recebe a água das chuvas e facilita a sua infiltração no solo, que a armazena no lençol freático, para depois liberá-la lentamente nas nascentes e margens dos cursos de água. Sem a floresta, a água cai direto no solo e escoa pela superfície, em enxurrada, arrastando terra e provocando enchentes.

Esta é a regra, embora não possa se aplicar inteiramente em eventos climáticos extremos, como de chuvas intensas por vários dias ou secas prolongadas.

Assim, a relação floresta/infiltração reduz as enxurradas nos períodos chuvosos e possibilita disponibilidade hídrica durante as estiagens. Já a relação desmatamento/escoamento superficial provoca, respectivamente, picos de cheias e falta de água. Em outras palavras, a floresta é uma regularizadora do regime de vazões, amortecendo os picos para cima e para baixo, e em conseqüência, reduzindo os riscos de inundação e de escassez de água.

Um estudo hidrológico realizado de junho a outubro de 2010, na bacia hidrográfica do rio Natuba, afluente do rio Tapacurá, comparou a vazão de três riachos (convertida em vazão específica, correspondente a litros/segundo/Km2) sob o mesmo regime de chuvas, cujas microbacias de drenagem apresentam distintos usos de solo.

Durante as chuvas, a vazão do riacho que possui a sua área de drenagem usada integralmente para agricultura de ciclo curto e pasto, foi até sete vezes superior a do riacho cuja microbacia é coberta por floresta nativa. Intermediariamente se comportou a microbacia de uso misto, com capoeiras em regeneração e agricultura.

Por outro lado, quando da suspensão das chuvas, a vazão do riacho com cobertura florestal manteve-se sempre superior à do riacho com agricultura, atenuando assim os picos de baixa vazão.

Isto significa que a floresta e o seu solo funcionaram como uma esponja, retendo a água durante os picos de precipitação, para liberá-la em seguida, cumprindo um importante papel de regularização de vazões.

O trabalho de pesquisa, orientado por mim, foi desenvolvido por Felipe Alcântara para a conclusão do Mestrado em Engenharia Civil, na área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da UFPE.

Esta reflexão é particularmente oportuna quando se têm em pauta as alterações no Código Florestal, sendo importante garantir as áreas de recarga de aqüíferos e de proteção das margens de cursos de água e nascentes, com a presença de formações florestais.
Por Ricardo Braga.

sexta-feira

2011: O Ano Internacional do Morcego


Em uma justa homenagem a um grupo animal dos mais diversos, menos conhecidos e mais mal compreendidos do planeta, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ UNEP) elegeu 2011-2012 como o Ano Internacional do Morcego.

Presentes na Terra há pelo menos 50 milhões de anos, os morcegos estão em todos os continentes, exceto nas regiões polares, e apresentam alta diversidade de cores, tamanhos, hábitos alimentares e no tipo de abrigos que utilizam. A menor espécie de morcego, restrita à Tailândia, pesa pouco mais de 3 gramas e é um dos menores mamíferos do mundo, enquanto a maior espécie, encontrada na Indonésia, pode ultrapassar um quilo e meio, alcançando 1,7 m de envergadura.

Esta grande diversidade aumenta a importância ecológica dos morcegos, pois eles interagem com milhares de outras espécies animais e vegetais. Morcegos são importantes polinizadores de flores, dispersores de sementes e predadores de insetos assim como de outros animais, vertebrados ou invertebrados.


Várias espécies com as quais os morcegos interagem têm importância econômica e, de graça, eles prestam serviços ambientais que, se cobrados, custariam uma fortuna para nós humanos. Numa única noite, algumas espécies de morcegos podem dispersar mais de 60 mil sementes, enquanto outras conseguem comer mais que seis vezes o seu próprio peso em insetos, tendo um importante papel no controle de algumas pragas agrícolas e de insetos de importância na saúde pública.

São as sementes dispersadas por morcegos que ajudam no processo de recuperação de áreas desmatadas ou na regeneração da vegetação de morros e encostas. E se você já comeu pequi ou tomou uma marguerita, agradeça também aos morcegos, pois os dois produtos dependem de alguma forma da participação destes animais para existirem.

Hoje são conhecidas cerca de 1230 espécies de morcegos em todo o mundo, o que equivale dizer que eles respondem por cerca de uma em cada quatro espécies de mamíferos. Com cerca de170 espécies descritas, o Brasil ocupa o segundo lugar em riqueza de espécies no mundo, ficando atrás apenas da Colômbia. No entanto, conhecemos ainda muito pouco dos nossos morcegos.

Menos de 10% da área total do Brasil já foi bem estudada para morcegos e 60% do país ainda não tem sequer um único registro científico de uma espécie de morcego. No ritmo atual das pesquisas brasileiras serão necessários mais 200 anos antes que possamos dizer que conhecemos bem quantas e quais as espécies que ocorrem no Brasil. Não devemos e não podemos esperar tanto.

É cada vez mais clara a importância da manutenção da biodiversidade, tanto para o bem estar humano quanto para o clima do planeta, e o papel ecológico e funcional que os morcegos desempenham mostra-se essencial para manutenção da qualidade do ambiente onde vivemos.
Apesar da enorme importância ecológica e econômica, morcegos infelizmente gozam de uma péssima imagem junto à população em geral. Injustamente, eles são acusados de serem pragas, de provocarem a morte de quem os toca, ou mesmo de trazerem azar. Por preconceito e desinformação, morcegos são perseguidos e mortos indiscriminadamente. As consequências são ruins para os animais e para o ambiente e há espécies de morcegos ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo.

Por meio de iniciativas de conservação, pesquisa e educação, durante o Ano Internacional do Morcego, a população do Brasil e do mundo poderá conhecer um pouco mais sobre estes fascinantes, importantes e mal compreendidos animais.

Por: Enrico Bernard.

quarta-feira

QUE VERGONHA BRASIL!!!

“O Cacique Raoni chora ao saber que Dilma liberou o inicio das construções de Belo Monte. Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies. Tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética.” (…)


QUEM PODE ME AJUDAR A COMPARTILHAR ESSA IMAGEM???

segunda-feira

Reposição hormonal também em plantas


Quando se olha a história da evolução da ciência no mundo, percebe-se que sempre a prioridade número um foi conhecer o funcionamento do corpo humano (fisiologia). Num segundo momento, a investigação científica volta-se para o estudo dos animais domésticos. E, somente a partir do século XVX começam os estudos sobre a fisiologia vegetal.

Entretanto, os maiores avanços acontecem a partir de meados dos anos 1950, especialmente, com a descoberta da radioatividade e dos mais modernos equipamentos de análise de tecidos vegetais.

Há muitos anos, a medicina conhece a ação fisiológica dos hormônios no ser humano. Sabe-se que nosso crescimento (hormônios somatotróficos), capacidade reprodutiva e sexual (hormônios gonadotróficos, testosterona e progesterona), funcionamento de órgãos e até mesmo nosso humor, depende de hormônios. Uma pessoa estressada produz grandes quantidades de adrenalina, enquanto o bem estar depende da produção endógena de endorfinas, dopaminas e serotonina. De maneira geral, pode-se considerar que uma pessoa saudável tem equilíbrio nutricional e equilíbrio hormonal. Por isso toda a orientação de alimentação e exercícios físicos para produção normal desses hormônios.

Nos últimos anos essa área evoluiu extraordinariamente, com métodos de avaliação do estado hormonal. E, quando há desequilíbrios, os especialistas já indicam a reposição hormonal que é uma estratégia para aumentar a longevidade das pessoas com melhor qualidade de vida.
Nas plantas, todo o desenvolvimento também é regulado por hormônios, desde o nascimento da planta (germinação de sementes ou brotação de estacas, tubérculos, etc.), o crescimento, a reprodução, a produção (frutos, sementes, tubérculos, raízes, etc.) e o envelhecimento e morte é controlada também por hormônios.

Quando comemos um vegetal, como raízes, folhas, frutos ou grãos, na verdade, estamos ingerindo, além de glicídios, proteínas, sais minerais, vitaminas e uma infinidade de outros compostos orgânicos, também esses hormônios. Os hormônios promotores do desenvolvimento são os compostos denominados auxinas, citocininas e giberelinas, que atuam de forma conjunta ou isolada em todos os processos fisiológicos envolvidos com o desenvolvimento vegetal. A síntese desses hormônios é controlada pelos fatores ambientais (luz, temperatura, nutrição, disponibilidade de água, etc.).

Os grandes avanços da biotecnologia, como o desenvolvimento de modernos cultivares transgênicos, somente ocorreram a partir do momento em que foram conhecidos os hormônios promotores do crescimento vegetal e suas concentrações adequadas.

Entretanto, mais do que nos seres humanos e animais, as plantas são muito mais sujeitas aos estresses bióticos causados por pragas e patógenos ou por fatores abióticos como calor, frio, deficiência hídrica, raios ultravioleta, falta de oxigênio nas raízes (compactação ou encharcamento), deficiências nutricionais, dentre outros, a síntese de hormônios promotores é inibida. Então, há a produção de hormônios de estresses, como o etileno e o ácido abscísico (as “adrenalinas” vegetais). Isso causa os desequilíbrios hormonais, afetando o desenvolvimento vegetal. Há uma redução do crescimento de raízes e parte área, como a degradação da clorofila e proteínas, bem como a queda de folhas, flores e frutos. Dessa maneira há uma redução significativa do rendimento das culturas.

Nos últimos 30 anos a utilização de hormônios vegetais no manejo das culturas iniciou na Europa, especialmente, na produção de hortaliças, frutos e flores. A partir dos anos 2000, essas tecnologias passaram a ser utilizada também as culturas produtoras de grãos, inclusive no Brasil. Seu uso no tratamento de sementes ou na parte aérea, em estádios chaves do desenvolvimento, com grande freqüência tem estimulado o crescimento e o aumento do rendimento das culturas, quando utilizados os cultivares de maior potencial de rendimento e a utilização adequadas das demais práticas agrícolas atualmente disponíveis. Especialmente, quando ocorrem estresses nas culturas.

Como os estresses praticamente são incontroláveis pelos produtores, pode-se fazer uma “reposição hormonal” para evitar os efeitos inibidores do etileno e ácido abscísico.
É a natecnologia biológica chegando na agricultura brasileira


Por: por Elmar Luiz Floss.

sexta-feira

O Planeta pede socorro


Na visão do ecólogo inglês James Lovelock, o planeta Terra é um grande organismo vivo que expressa em sua Biosfera uma fantástica biodiversidade. A Mãe Terra, como passou carinhosamente a ser chamada por aqueles que despertaram um legítimo sentimento de reverência ao todo da natureza existente no nosso planeta, está passando por um momento difícil na sua trajetória dentro do tempo e do espaço. Segundo Lovelock, renomado autor da teoria de Gaia, a Terra se encontra num estado análogo ao coma de um ser humano.

Infelizmente a grande maioria dos indivíduos humanos que ocupam posições relevantes nas cúpulas do poder, seja este governamental ou não, como, por exemplo, no âmbito relacionado ao processo de formação de opinião e no de mudanças de comportamentos na sociedade, não estão suficientemente sensibilizados com o notório desequilíbrio homeostático do planeta.

Existem inúmeros dados, obtidos através de instituições compostas por especialistas em questões ambientais, que sinalizam a preocupante e alarmante situação da Terra em relação aos níveis de poluição decorrente da contemporânea "civilização Industrial". Um estudo em curso feito pela entidade ambientalista "Greenpeace" mostra que a concentração de material plástico nas águas dos mares já atingiu níveis elevadíssimos. A poluição por plásticos, que era restrita a alguns pontos conhecidos, hoje está presente de forma generalizada nas águas dos mares de todo o planeta. Sobremaneira nas zonas de convergência de correntes marítimas.

De acordo com o programa ambientalista das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos plásticos em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos, e isso representa 70% da poluição marinha por resíduos sólidos. Uma quantidade fantástica de espécies de mamíferos marinhos e pássaros engolem estes plásticos, certamente supondo serem alimentos.

Já foi encontrada uma baleia morta com 800 kg de plástico no estômago. Muitos plásticos, como o PVC, possuem Estanho em sua composição, sendo esse extremamente tóxico para peixes e moluscos.
No ano passado, o mundo produziu aproximadamente 230 milhões de toneladas de produtos plásticos, cerca de 50 vezes mais do que os números da década de cinqüenta.

Recentemente, pesquisadores da universidade da Califórnia relataram que três quartos das regiões pesqueiras do mundo estão ameaçadas pelo impacto decorrente de atividades antrópicas, humanas. Dados da ONU atestam que 80% das espécies de peixes comercializados estão ameaçadas de extinção pela pesca predatória.

Estudos mais recentes detectam a intensificação de alguns fenômenos e acontecimentos sintomáticos da proeminente deterioração dos oceanos, causada pela interferência do homem. É o caso de: marés vermelhas freqüentes, desaparecimento de mamíferos marinhos, destruição do assoalho marinho. surgimento de zonas mortas e acidificação das águas.
Sabemos e concordamos que as informações qualificadas que denunciam os danos causados ao meio ambiente são de suma importância não apenas para sensibilizar a sociedade e trazer o tema à pauta, mas também para que se abram possibilidades de mobilização social. A partir delas, de informações seguras, é que vêm cobranças populares de medidas e ações, sobre instituições de direito público e privado, quanto ao cumprimento de determinações previstas em leis ambientais. Da mesma forma, vêm cobranças sobre legisladores para que implementem novas leis que de alguma maneira contribuam para a proteção da natureza. Assim, semeia-se melhor qualidade de vida para todos.

Temos a ousadia de afirmar, entretanto, que somente uma profunda mudança na estrutura de consciência do ser humano poderá encaminhá-lo a um novo modo de ser e de agir, e consequentemente resgatar o equilíbrio com Gaia. Não dá para desconsiderar que "Nós somos o mundo".

A sociedade humana no presente momento da história reflete, tal qual um espelho, aquilo que são os indivíduos que a compõem. Se não houver, portanto, uma mudança na estrutura interna de cada um de nós, é provável que o homem aumente ainda mais as suas neuroses e continue a expressar interesses egocêntricos pautados por uma visão unilateral e por ações fragmentadas.

As notícias sobre danos ambientais circulam todos os dias no mundo. Nos ambientes acadêmicos, ecólogos possuem modelos de desenvolvimento sustentável, pessoas de todas as classes, "rodopiam", como peões à deriva, em torno do tema, porém a compreensão apenas intelectual não será suficiente para restaurar a saúde da Terra e tirá-la do coma. Podemos mudar o foco da nossa visão, mas, para tanto, temos que adquirir uma verdadeira comunhão com a natureza, porque é graças a Gaia (Terra) que estamos manifestando as nossas existências individuais. Tivemos nossa gestação no organismo materno, e ela foi para nós uma primeira vida. Acaso envenenaríamos o organismo de nossa Mãe? Integrar-se à consciência viva de Gaia, auxiliar sua recuperação é o desafio da nossa e das futuras gerações, só assim Gaia poderá abrigar muitos de seus filhos num tempo futuro, para que possam também ser aprendizes na existência terrestre e se preparem para novos estágios de vida nas "Muitas moradas de meu Pai".

Por: Maurício Tovar é biólogo, professor e especialista em Holismo.


terça-feira

Macaco Albino entregue ao IBAMA


O Ibama recebeu no último 10 de junho, um macaco-prego albino (foto ao centro) vindo da região de Breves, na Ilha de Marajó. Um morador local entregou o animal voluntariamente ao instituto, depois de resgatá-lo numa casa vazia. O macaco, segundo ele, foi abandonado por quem o mantinha em cativeiro. "É comum espécimes silvestres serem criadas ilegalmente enquanto são filhotes e não dão problema. Depois, quando se tornam adultos e inconvenientes, são descartados em qualquer lugar, como se não tivessem valor", explica o superintendente-substituto do Ibama no Pará, Alex Lacerda, que agora analisa o melhor destino para o raro macaco albino.

Em razão da sua raridade, vários zoológicos se candidataram a receber e cuidar do primata, um macho adulto que foi vítima de maus-tratos ao longo da vida. Além da magreza resultante de anos de alimentação inadequada, o macaco teve a cauda cortada e as presas serradas. "O zoológico ou criador de fauna (autorizado junto ao Ibama) que irá recebê-lo deverá apresentar condições técnicas e legais para manter o animal dentro das melhores condições possíveis", explica Lacerda. Alguns dos que já se habilitaram não cumprem estas exigências. "Muitos têm impedimentos legais, como excesso de lotação para a espécie, ou não cumprem a legislação atual para tamanhos mínimos de recintos, por exemplo", explica o superintendente-substituto.

Fonte: O Liberal Online



Dá pra entender???


As autoridades brasileiras que tratam sobre o meio ambiente jogam ao ar imagens via satélite sobre desmatamentos criminosos em vários pontos do território e, vez por outra, fazem incursões, com utilização da Polícia Federal e do Exército, para multar madeireiras que atuam de maneira ilegal e, em outras, para destruir grandes plantações de maconha e laboratórios de drogas construídos clandestinamente, no meio do mato.

Um trabalho árduo, sem dúvida, e que exige esforço e muita coragem, considerando que as forças-tarefa deslocadas para o meio da selva vão encontrar resistência e, inclusive, de homens bem armados.
O que não se pode entender, no entanto, é que são mostrados mapas televisivos apontando as irregularidades, através de grandes áreas desmatadas ou de grandes plantações de maconha, provando que o crime continua ativo, muito embora o esforço dos pequenos contingentes ser deslocado, vez por outra, para as áreas de conflitos.

Se é possível registrar os estragos de maneira constante via satélite, por que esperar que os devastadores atuem por algum tempo, derrubando extensas áreas de matas ou promovendo grandes plantações de drogas para somente depois chegar ao local, apreender a madeira cortada (ou o que resta daquilo que foi destruído) e multar os responsáveis? Se temos aviões e helicópteros disponíveis, por que, tão logo registrado o problema, não é tomada uma providência no sentido de eliminar, praticamente na raiz, o dano que está sendo causado?

Um estudo do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia) - matéria publicada pelo Agora na edição de ontem - está alertando para novas derrubadas previstas para a região e concluiu que a devastação vai aumentar entre julho deste ano e agosto de 2012.
Esse levantamento alerta para a provável derrubada de 7.134 quilômetros quadrados de florestas nesse período e diz que a atual taxa de desmatamento medida, entre agosto de 2009 e julho de 2010, foi de 6.451 quilômetros quadrados.

O levantamento do Imazon é tão rico em detalhes que alerta que os maiores riscos de desmatamentos estão ao longo da BR-320 (Transamazônica), na região da Terra do Meio e ao longo da BR-163, que liga o Pará ao Mato Grosso e que os três municípios com maior probabilidade de desmatamentos futuros estão na área de influência do empreendimento: Pacajá, Altamira e São Félix do Xingu.

Ora, se existem estudos a respeito e se pode ser observado por dados colhidos que existem desmatamentos criminosos em larga escala, inclusive, em unidades de conservação e terras indígenas (onde, conforme o estudo, não deveria haver nenhuma derrubada ilegal), por que esperar que o crime seja realizado para, tão somente, após ser tomada providência que, certamente, não oferecerá mais nenhum benefício ao meio ambiente destruído?

Por Moacir Rodrigues

quarta-feira

Conversão verde do planeta custará US$ 76 trilhões até 2050, diz ONU


"Mudança teria o mesmo impacto socioeconômico que a primeira revolução industrial", avaliou subsecretário-geral.
- A completa conversão do planeta ao consumo de energia com tecnologias "verdes" custará US$ 76 trilhões até 2050, segundo o cálculo divulgado nesta terça-feira pelo Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc).

Nos próximos 40 anos, mais da metade desse valor, equivalente a US$ 1,1 trilhão ao ano, terá que ser investido nos países em desenvolvimento para atender à crescente demanda de alimentos e energia, de acordo com o relatório apresentado em Genebra, onde nesta semana acontece a reunião anual do Ecosoc.

O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Sha Zukang, ressaltou a necessidade de executar esta conversão "o mais rápido possível" para "pôr fim à pobreza e reverter os efeitos catastróficos da mudança climática".

No entanto, Zukang admitiu que a tarefa é árdua, já que atualmente são investidos apenas US$ 100 bilhões ao ano em tecnologias ecológicas, e lembrou que 30 ou 40 anos é muito pouco tempo para conseguir uma transformação tecnológica de tal envergadura, visto que as principais transições anteriores neste campo ocorreram em um prazo de 70 a 100 anos.

"A mudança teria o mesmo impacto socioeconômico que a primeira revolução industrial", afirmou. Hoje, 90% da energia é gerada através de combustíveis fósseis, responsáveis por 60% das emissões de dióxido de carbono (CO2).

Segundo o relatório, a conversão para as energias verdes é "fundamental" para se chegar a níveis de vida satisfatórios nos países em desenvolvimento, especialmente entre os 1,4 bilhão de pessoas que vivem em extrema pobreza e os 2 bilhões de pessoas a mais que se espera que habitem o planeta em 2050.

Além disso, para o responsável da ONU, a revolução da tecnologia ecológica deverá se basear na cooperação internacional, já que a maioria das novas tecnologias verdes pertence aos países avançados e, portanto, são mais caras para as nações em desenvolvimento.

Zukang considerou que a cúpula Rio+20, que acontecerá no Brasil em junho de 2012, será uma oportunidade para que sejam firmados acordos neste âmbito e para que os países se comprometam a desenvolver políticas em nível nacional que abram caminho para a conversão do planeta às tecnologias verdes.


Fonte: Agência EFE.

terça-feira

Descoberta nova espécie de caranguejo


SAN JOSÉ, Costa Rica - Cientistas da Costa Rica e dos Estados Unidos descobriram uma nova espécie de caranguejo terrestre de grande tamanho que habita a Ilha del Coco, no Oceano Pacífico, e que é endêmica nesse território insular, informou na segunda-feira o jornal La Nación. A nova espécie, batizada Johngarthia cocoensis, foi observada por Robert Perger e Rita Vargas da Universidade da Costa Rica e Adam Wall do Los Angeles County Natural History Museum", destacou.

Segundo os cientistas, a principal característica do J. cocoensis é seu grande tamanho - um macho pode medir 40 cm com suas patas dianteiras estendidas (as fêmeas são menores). Os caranguejos vivem na parte terrestre da ilha, em buracos que cavam no solo e se alimentam predominantemente de ervas e sementes.

Perger explicou ao jornal que esta nova espécie se asemelha, em vários aspectos, ao caranguejo denominado J. malpilensis, que habita as ilhas próximas, como a de Malpelo da Colômbia. "A semelhança com outras espécies do Pacífico ocidental indica que puderam ter cruzado o oceano através das correntes marinhas", adaptando-se ao hábitat até constituirem uma nova espécie
.
A ilha del Coco, em frente ao litoral da Colômbia, mas no mar territorial da Costa Rica, possui um clima tropical úmido e uma grande diversidade de espécies animais.


Da Agência France Press.

domingo

Desmatamento em março e abril aumentou em quase cinco vezes


Apesar desses dados, números de hectares desmatados na Amazônia vem caindo nos últimos anos.

Entender o que se passa na maior floresta tropical do planeta é difícil: esforços para monitorar o desmatamento na Amazônia são restringidos pela concentração de nuvens que impedes que os satélites consigam imagens plenas do que acontece no solo. Os números também costumam variar a cada mês, gerando alertas entre os ambientalistas em um mês, e celebrações triunfais do governo brasileiro, que tenta combater o desmatamento ilegal, no mês seguinte.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial mostrou um aumento de 473% na desmatamento durante março e abril de 2011 com relação ao mesmo período no ano anterior. Os dados são alarmantes, mas eles também surgem em um contexto de queda no desmatamento.

Provavelmente serão necessários um par de anos até que seja possível dizer com certeza se o novo Código Florestal aprovado pelo governo resultará em uma maior atividade das motosserras na região.

O gráfico acima apresenta as variações anuais nos países de maiores áreas florestais, e os números do desmatamento no Brasil nos últimos 22 anos.



sábado

593 quilômetros quadrados de florestas abatidas


Venho exercitando neste espaço semanal a intenção de oferecer ao leitor uma opção diferente das demais páginas que ele usualmente percorre no jornal diário e está comodamente habituado a encontrar. Algo, modestamente, mais próximo da liberdade literária que a crônica permite, onde às vezes, no meu caso, um pouco de realidade entrecruza a ficção.

Hoje, no entanto, finco o pé na terra para falar de um grande susto. A notícia teve repercussão nacional e internacional (acho que não tanto quando deveria) nesta semana e acho que o título da Agência Estado foi o mais preciso: "Mais do que quintuplicou o ritmo das motosserras na Amazônia".

Desde que comecei a prestar a atenção nas estatísticas regulares de desmatamento na Amazônia, divulgadas depois do que é computado via satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cada vez que sai um boletim fico mais assustado, porque são centenas de quilômetros de árvores abatidas regularmente e "oficialmente".

E, desta vez, foi muito além da média. No bimestre março-abril, os satélites registraram o corte de 593 quilômetros quadrados de florestas, extensão equivalente a mais da terça parte da cidade de São Paulo. A destruição cresceu 473% em relação aos mesmos dois meses do ano passado. Preste atenção no que é isso.

Não consigo assimilar como esses números são divulgados no mesmo tom de um índice mensal de inflação, de reajuste de aluguel ou de taxa de desemprego. E é inadmissível que isso entre num ouvido e saía no outro como uma notícia banalizada em meio a tantas que chegam, chamam a atenção e logo caem no esquecimento. É preciso que haja uma mobilização mundial para que se interrompa essa destruição descontrolada de um patrimônio natural do planeta. Está aí uma ação para a ONU e também para a Guarda Nacional.

As notícias dão conta de que esse ataque recente teve maior concentração no Mato Grosso. Também que o Ministério do Meio Ambiente criou agora um gabinete da crise, direcionando 500 fiscais para conter essa devastação. E ainda que haveria uma relação desse aumento de corte de árvores com a votação no Congresso do novo Código Florestal, uma vez que proprietários de terras estariam desmatando na expectativa de serem futuramente anistiados pelas reformas no Código.

Todas essas consequências divulgadas após o fato em si, me cheiram a esvaziamento de uma consciência da necessidade de uma decisão mais radical e reversiva desse processo de derrocada da Floresta Amazônica. Quando digo que fico assustado, é o mesmo sentimento que tenho (e acho que muita gente tem), em relação às grandes tragédias que vêm ocorrendo no mundo, como recentemente no Japão, na escola do Rio de Janeiro ou nas enchentes em Nova Friburgo. Só que, no Brasil, como a floresta é muito grande, transcorre paulatinamente, aos olhos de todo mundo, sem que haja uma comoção e uma tomada efetiva de atitude. As conseqüências virão adiante e nem tão distantes assim.

Toda vez que ouço falar que daqui a um tempo não haverá mais água disponível, penso nas gerações que sofrerão esse problema, pois acho que não estarei mais por aqui quando isso ocorrer na abrangência que proclamam. Porque sem luz a gente se vira, mas sem água?!
Cientistas já alertaram que as consequências para o planeta da falta de uma reserva verde como a Amazônia, com toda a sua biodiversidade, serão ainda mais nefastas. E as pessoas parecem encarar isso como aqueles minutos em que a luz cai dentro de casa, você acende a vela (quando tem em casa e encontra), liga para a companhia energética e fica esperando a religação.

Um agravante a mais é que o governo reconhece que os índices divulgados do desmatamento não estão próximos da exatidão. Na última aferição do Inpe, por exemplo, o Pará, Estado que disputa a liderança do ranking do desmatamento, estava sob nuvens, o que impediu o registro dos satélites.

As grandes tragédias têm a capacidade de catalisar a atenção das pessoas, mesmo que momentaneamente. A defesa da Amazônia precisa gerar uma revolução planetária do bem. Essa destruição não pode ser engolida como uma estatística que vai embora ao se apertar o botão de descarga.

Por Júlio Assis.

domingo

Código Florestal


Nas primeiras décadas do século passado, o Brasil era considerado um país essencialmente agrícola.
Hoje, com uma população quadruplicada e com uma expansão industrial reconhecida internacionalmente, continuamos com um grande crescimento em nossa agricultura.
Percebe-se, então, que, no Código Florestal vigente, a agricultura não sofreu nenhum tipo de prejuízo. Até ao contrário, além de continuar atendendo as nossas necessidades, transformou-se em um dos grandes exportadores de grãos e, em especial, de soja.
O que os latifundiários desejam mais? Desejam, pela proposta, mudar o Código Florestal exatamente em pontos fundamentais que protegem florestas, matas nativas, morros, mananciais, mangues e rios.
Vê-se, todos os dias, nos noticiários, o crescimento irracional das devastações e das queimadas de florestas, matas nativas cortadas, arroios e rios desviados, rios poluídos, bem como restingas e margens de rios aterrados. É uma farra em agressões contra a natureza.
Querem terminar com topos de morros que, junto com as várzeas, serão reduzidos de tal modo que nada ficará a preservar. E esse processo já está acontecendo.
Estes desmoronamentos e estas enchentes recentemente acontecidos em Santa Catarina e Rio de Janeiro são uma prova incontestável da intervenção maligna do homem junto à natureza. E aí, acontece isso que vê!
A redução das margens dos recursos hídricos de 30 para 15 metros, com a devastação das margens ciliares, certamente provocará a sua erosão e, certamente, esta será a lógica contínua dos acontecimentos: enchentes e devastações das áreas envolvidas.
Todavia, não é isto que os latifundiários desejam. Desejam, sim, é a diminuição dos percentuais nos índices aplicados em áreas com mata nativa pela Reserva Legal, bem como a isenção de multas aplicadas aos infratores pela queima e pelo corte dessas matas e, principalmente, pela reposição florestal das áreas atingidas, exigidas na proposta atual.
Com isso, esses latifundiários acrescentariam às suas áreas de atividades milhões de hectares oriundos de matas nativa, ainda preservadas por lei.
Vê-se, de pronto, que a barganha pelos índices, junto aos recursos hídricos, em verdade, trata-se de uma grande estratégia para mascarar o desejo maior dos “coronéis dos campos”.
A agricultura sob o regime do atual Código Florestal não está sobre nenhum tipo de ameaça. Quem está sob ameaças com a nova proposta é a Natureza.


Diniz Maciel da Silva

sábado

Aprendizagens intergeracionais na luta pelo Ambiente


Acho imensamente confortante ouvir um adulto dizer que lá em casa se separa o lixo, porque o pequeno a isso o obriga. Também a mim, não me é alheia essa conversa. De facto, em minha casa, o hábito da reciclagem entrou porta adentro quando, num dia de especial inspiração e brincadeira, a prol (em que me insiro), decidiu fazer “greve ambiental”. Resumia-se esta em deixar todo e qualquer lixo reciclável, num local de passagem, e que obrigava os adultos a curvarem-se para apanharem do chão pacotes de leite, papel e sacos de plástico. Havia que fazer “jus” ao nome de família!

Vem este caricato mas eficaz! episódio a propósito de um recente programa de televisão sobre um novo tipo de voluntariado por parte de jovens e que pretende inverter a tendência e mudar o comportamento da população na luta pelo Ambiente que, a cada dia, parece acelerar o seu processo de degradação. Com efeito, os jovens de hoje parecem consciencializar-se da obrigação que todos temos na conservação e na preservação dos recursos ambientais. Esta consciência alarga-se a iniciativas variadas, mais ou menos mediáticas, que a todos parecem alertar. Até o Vaticano se coloca na crista da onda ao investir num projecto de instalação de centenas de painéis solares para transformar 20% da energia consumida no local em energia renovável e ainda estuda a possibilidade de utilização de biomassa para suprir as necessidades energéticas de Castelo Gandolfo!

Até julgaria este meu discurso de conversa fiada se não soubesse que ainda uma grande parte das pessoas que conheço se descuida permanentemente em gestos simples, mas que, ao fim de um ano, conseguem fazer a diferença. A Sociedade consumista e o gasta-deita-fora habituaram-nos, infelizmente, a um estilo de vida pouco saudável e que, dentro de poucos anos, nos causará muitas dores de cabeças (se é que já não causa!). Ainda estamos a tempo de inverter esta maléfica tendência e de cada geração ensinar à outra o que recebeu de bom do seu tempo. Os mais novos têm, de facto, muito a ensinar aos mais velhos e vice-versa.

E porque, como diz o Povo, “Ano Novo, Vida Nova”, proponho 12 medidas simples para 2011, ditadas pelas gerações mais velhas e mais novas:

Os mais velhos ensinam os mais novos:
1) consumir menos carne e não estragar comida;
2) usar um jarro com água em vez de uma garrafa de plástico, na cozinha, para o consumo de água;
3) usar lenços e guardanapos de pano, em vez dos de papel;
4) reutilizar roupas, consertar calçado e comprar bens alimentares (que podem ser comprados avulso), nos mercados tradicionais;
5) nas compras de supermercado, usar sacos de pano em vez dos de plástico;
6) para lavar a loiça, usar as duas bacias, e evitar a água corrente.

Os mais novos ensinam os mais velhos:
1) separar o lixo em casa e depositá-lo nos ecopontos;

2) colocar uma garrafa de 1,5l com areia/água no autoclismo, para poupar água; e usar um jarro, no banho, para depositar água fria, enquanto a quente não vem;

3) depositar os óleos alimentares numa pequena bilha para reciclar (na Barreira, entregá-la na Junta de Freguesia);

4) guardar tampinhas, pilhas e medicamentos fora de validade e entregá-los nos sítios apropriados;

5) usar os versos das folhas em branco para folhas de rascunho;

6) não manter os animais presos.

P.S.
Caro(a) leitor(a), se ainda depois destes e tantos outros conselhos e iniciativas não alterar os seus hábitos, então, é porque lhe falta que a sua prol faça “greve ambiental”… Votos de entradas ecológicas em 2011!

Publicado no http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com

domingo

O preço do Planeta Terra





Puseram preço à Terra. Finalmente, descobriram quanto ela vale!

5 quatrilhões de dólares.

5.000.000.000.000.000,00 – acho que é isso. Uma parte da fortuna do Tio Patinhas. Muito dinheiro – realmente! – mas, enfim, agora sabemos quanto ela custa.

Agora sabemos quanto custam os mares e seus os peixes. Os corais, as ilhas dos mares do sul, os pores do sol e a luz da Lua cheia. Agora sabemos quanto custam as ondas que banham as nossas crianças e os gigantes de água onde os surfistas deslizam. Sabemos quanto custam os castelos de areia e o Everest, 8.848 metros de rocha e gelo, e os ventos que sopram por lá, o ofego dos deuses.

Sabemos, agora, quanto custa o Ganges, o rio que é a cabeleira de um deus e as savanas africanas com seus leões, rinocerontes e elefantes. Sabemos quanto custam as neves do Kilimanjaro, enquanto existirem, o Fujiwama e o estreito do Bósforo, que na minha meninice chamava de "fósforo", lógico. Agora temos o preço da Antártica, sabemos quanto custam os Andes e a cadeia das Rochosas, o Pampa, os vulcões da Islândia, os rios da Europa, o Mediterrâneo e suas civilizações, e os ursos polares – não é genial saber quanto custam os ursos polares, agora que estão se extinguindo?
E sabemos o quanto custa a Amazônia, o Amazonas e a pororoca! Sabemos quanto custa a Terra e, portanto, entre outras coisas, quanto custamos nós mesmos. Quanto custa a Vida.
A nossa vida.

Será que agora que quantificamos a existência, a beleza, a alegria, teremos uma noção do que estamos perdendo cada vez que uma espécie desaparece, que um vazamento de petróleo dizima uma região?

Se tivermos 5 quatrilhões de dólares, poderemos comprar a nossa vida, quando ela se acabar?

Por Simone Saueressig

terça-feira

O ano das florestas


A Campanha de Valorização do Papel e da
Comunicação Impressa, voltada ao esclarecimento da opinião pública quanto à origem ecologicamente correta das matérias-primas destinadas à indústria gráfica brasileira, é absolutamente alinhada com a celebração oficial de 2011 como o Ano Internacional das Florestas, instituído pela ONU.

Ambas as iniciativas contribuem para a conscientização da sociedade sobre o significado da preservação das matas nativas, da conservação dos recursos naturais, da produção sustentável e do respeito à salubridade do hábitat como fatores condicionantes à reversão do efeito estufa e das mudanças climáticas.

A importância da cobertura vegetal para o sucesso da missão da humanidade de garantir a vida na Terra é evidenciada em dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma): as florestas representam 31% da superfície sólida do planeta, servindo de abrigo a 300 milhões de pessoas e garantindo, de maneira direta, a sobrevivência de 1,6 bilhão de indivíduos e 80% da biodiversidade terrestre.

No Brasil, a cadeia produtiva da comunicação impressa contribui de modo relevante para a preservação desse inestimável patrimônio natural, pois aqui não se cortam árvores nativas para a produção de celulose e papel. Cem por cento desses insumos provêm de florestas cultivadas, que são plantadas para serem colhidas, e que ainda proporcionam um ganho adicional ao meio ambiente: são absolutamente sustentáveis e seu manejo permite manter grandes áreas plantadas, as quais, na fase de crescimento, sequestram na atmosfera expressivo volume de dióxido de carbono. Em nosso País, as matas plantadas com finalidade industrial absorvem um bilhão de toneladas por ano desse gás, que é o principal causador do efeito estufa. Ou seja, a principal matéria-prima da indústria de comunicação gráfica, o papel, é não só reciclável, mas também renovável.

Todos esses valores agregados, informações e dados têm sido difundidos pela Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa, da qual são signatárias 20 entidades de classe brasileiras. Assim, no contexto da celebração da ONU em 2011, é oportuno e pertinente lembrar que, no Brasil, não se derruba um arbusto nativo sequer para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos ler jornais e revistas, acondicionar produtos em seguras e criativas embalagens de papel-cartão e desfrutar de todos os benefícios com os quais a mídia impressa contempla nossa civilização.

A despeito do advento de novos e cada vez mais sofisticados meios eletrônicos, a demanda da comunicação impressa continuará se expandindo, à medida que as nações, como vem ocorrendo no Brasil, tenham êxito na inclusão econômica, na evolução do PIB e na redução das desigualdades. Seu crescimento, sob essas perspectivas, é inevitável, pois a demanda relativa a jornais, livros, cadernos e revistas reflete os índices de alfabetização, a democratização das oportunidades, a universalização do ensino público e até mesmo a capacidade de se difundir de modo amplo no contexto da sociedade questões de alta relevância, como este bem-vindo Ano Internacional das Florestas.

Por Fabio Arruda Mortara.