Acho imensamente confortante ouvir um adulto dizer que lá em casa se separa o lixo, porque o pequeno a isso o obriga. Também a mim, não me é alheia essa conversa. De facto, em minha casa, o hábito da reciclagem entrou porta adentro quando, num dia de especial inspiração e brincadeira, a prol (em que me insiro), decidiu fazer “greve ambiental”. Resumia-se esta em deixar todo e qualquer lixo reciclável, num local de passagem, e que obrigava os adultos a curvarem-se para apanharem do chão pacotes de leite, papel e sacos de plástico. Havia que fazer “jus” ao nome de família!
Vem este caricato mas eficaz! episódio a propósito de um recente programa de televisão sobre um novo tipo de voluntariado por parte de jovens e que pretende inverter a tendência e mudar o comportamento da população na luta pelo Ambiente que, a cada dia, parece acelerar o seu processo de degradação. Com efeito, os jovens de hoje parecem consciencializar-se da obrigação que todos temos na conservação e na preservação dos recursos ambientais. Esta consciência alarga-se a iniciativas variadas, mais ou menos mediáticas, que a todos parecem alertar. Até o Vaticano se coloca na crista da onda ao investir num projecto de instalação de centenas de painéis solares para transformar 20% da energia consumida no local em energia renovável e ainda estuda a possibilidade de utilização de biomassa para suprir as necessidades energéticas de Castelo Gandolfo!
Até julgaria este meu discurso de conversa fiada se não soubesse que ainda uma grande parte das pessoas que conheço se descuida permanentemente em gestos simples, mas que, ao fim de um ano, conseguem fazer a diferença. A Sociedade consumista e o gasta-deita-fora habituaram-nos, infelizmente, a um estilo de vida pouco saudável e que, dentro de poucos anos, nos causará muitas dores de cabeças (se é que já não causa!). Ainda estamos a tempo de inverter esta maléfica tendência e de cada geração ensinar à outra o que recebeu de bom do seu tempo. Os mais novos têm, de facto, muito a ensinar aos mais velhos e vice-versa.
E porque, como diz o Povo, “Ano Novo, Vida Nova”, proponho 12 medidas simples para 2011, ditadas pelas gerações mais velhas e mais novas:
Os mais velhos ensinam os mais novos:
1) consumir menos carne e não estragar comida;
2) usar um jarro com água em vez de uma garrafa de plástico, na cozinha, para o consumo de água;
3) usar lenços e guardanapos de pano, em vez dos de papel;
4) reutilizar roupas, consertar calçado e comprar bens alimentares (que podem ser comprados avulso), nos mercados tradicionais;
5) nas compras de supermercado, usar sacos de pano em vez dos de plástico;
6) para lavar a loiça, usar as duas bacias, e evitar a água corrente.
Os mais novos ensinam os mais velhos:
1) separar o lixo em casa e depositá-lo nos ecopontos;
2) colocar uma garrafa de 1,5l com areia/água no autoclismo, para poupar água; e usar um jarro, no banho, para depositar água fria, enquanto a quente não vem;
3) depositar os óleos alimentares numa pequena bilha para reciclar (na Barreira, entregá-la na Junta de Freguesia);
4) guardar tampinhas, pilhas e medicamentos fora de validade e entregá-los nos sítios apropriados;
5) usar os versos das folhas em branco para folhas de rascunho;
6) não manter os animais presos.
P.S.
Caro(a) leitor(a), se ainda depois destes e tantos outros conselhos e iniciativas não alterar os seus hábitos, então, é porque lhe falta que a sua prol faça “greve ambiental”… Votos de entradas ecológicas em 2011!
Publicado no http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com
sábado
Aprendizagens intergeracionais na luta pelo Ambiente
às 9:07 PM
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