A busca por um modelo sustentável de sociedade está mobilizando nações dos quatro cantos do planeta. Na Rio+20, conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, a economia verde está no centro das principais discussões.
Como tornar os processos produtivos mais inclusivos, tanto social com ambientalmente, fazendo com que fatores essenciais ligados à sustentabilidade socioambiental passem a ser considerados? Ainda há dúvidas se a Rio+20 conseguirá estabelecer acordos e compromissos concretos. Mas é certo que o tema irá mobilizar, cada vez mais, empresas, organizações e poder público. Esse cenário aponta para uma clara tendência de valorização dos chamados empregos verdes, criando boas perspectivas para os profissionais capazes de auxiliar esses atores a atuarem de forma mais sustentável nessa nova dinâmica socioeconômica.
A Iniciativa Verde, ONG que reúne especialistas da ONU e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima que 60 milhões de empregos verdes sejam gerados em todo o mundo nos próximos 20 anos. E segundo dados da OIT, 1,5 bilhão de pessoas será afetada pela economia verde. Ou seja, metade da força de trabalho global. Uma boa notícia para os profissionais que se identificam com esse tema e estão dispostos a direcionar suas carreiras para atender a essa demanda crescente.
O emprego verde pode abranger diferentes profissões exigindo, porém, especialização na área ambiental. Matéria recente publicada na Folha de São Paulo apontou as dez carreiras mais verdes, que devem registrar grande crescimento nos próximos anos.
São elas: advogado ambiental, contabilista, especialistas em energias renováveis, urbanistas, designer de produtos sustentáveis, diretor de relações com investidores, técnico em meio ambiente, coordenador de tratamento de água, gestor de sustentabilidade e engenheiro ambiental e sanitário.
Com os projetos que chegam a Pernambuco (Suape, Montadora da FIAT e outras grandes empresas e indústrias), algumas dessas profissões serão imprescindíveis ao mercado. O advogado ambiental, por exemplo, deverá ser uns dos profissionais solicitados para adequar o impacto produzido por esses projetos à legislação que versa sobre a defesa do meio ambiente.
Outra área que vai se destacar ainda mais é a dos engenheiros civis. O aumento no número de obras e de construções que adotam princípios verdes carece de especialistas em desenvolver formas de construção e ocupação do espaço urbano menos agressivas ao meio ambiente. Os urbanistas, então, nem se fala! É visível a necessidade de projetos que melhorem a mobilidade urbana.
Além das boas perspectivas de crescimento, as profissões sustentáveis também chamam a atenção pelos bons salários, que podem ser expressivos, dependendo da ocupação, da competência e do tempo de carreira. Embora tentador, vale ressaltar que isso não quer dizer que trabalhar com atividades ligadas ao meio ambiente sirva para todos.
É preciso analisar se o jovem tem um perfil compatível. Ou seja, se está inserido no seu cotidiano o interesse pelas questões ambientais, a preocupação com o ecossistema e a preservação do meio ambiente. Também é importante que escolas, faculdades e universidades estejam atentas a essa nova realidade, preparando-se para formar os novos profissionais verdes. Isso passa não só pela oferta de cursos e especializações capazes de oferecer uma formação técnica de qualidade, mas também pela incorporação dos conceitos de desenvolvimento sustentável e economia verde em todo o processo educacional, desde a educação infantil.
Estamos diante de uma mudança não apenas econômica, mas de um modelo de sociedade, com novos padrões de comportamento e consumo, visando tornar o planeta sustentável para as futuras gerações.
Esse processo exige a participação de todos: escolas, empresas e a própria sociedade civil.
Por: Por Sílvia Gusmão.
sexta-feira
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